<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=259 mm><FIOH=2 pt><MF=27 mm><PF=40 mm><LF=164 mm>ATA DA SEPTUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 15.09.1997.

 


Aos quinze dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Guilherme Barbosa, João Dib, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Paulo Brum, Renato Guimarães e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas e Reginaldo Pujol. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Septuagésima Quarta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Anamaria Negroni, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo nº 161/97 (Processo nº 2700/97); pelo Vereador Clovis Ilgenfritz, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Fernando Záchia, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 22/97 (Processo nº 2764/97); pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 170/97 (Processo nº 2777/97); pelo Vereador Jocelin Azambuja, 03 Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/97 (Processo nº 1945/97) e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 21/97 (Processo nº 2584/97); pelo Vereador Luiz Braz, os Pedidos de Informações nºs 144, 145, 146 e 147/97 (Processos nºs 2749, 2750, 2751 e 2752/97, respectivamente); pelo Vereador Nede Soares, 05 Pedidos de Providências e as Indicações nºs 93, 94 e 95/97  (Processos nºs 2598, 2599 e 2602/97, respectivamente); pelo Vereador Paulo Brum, a Indicação nº 101/97 (Processo nº 2774/97); pela Vereadora Sônia Santos, 01 Pedido de Providências e a Indicação nº 102/97 (Processo nº 2790/97); pela Vereadora Tereza Franco, 03 Pedidos de Providências, a Indicação nº 100/97 (Processo nº 2772/97) e os Projetos de Lei do Legislativo nºs 168 e 169/97 (Processos nºs 2758 e 2763/97, respectivamente). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 403 e 404/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 217/97, da Senhora Mara Biasi Ferrari Pinto, Superintendente de Desenvolvimento Econômico e Social do Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM; 342/97, do Senhor Rogério Favreto, Procurador-Geral do Município de Porto Alegre; 532/97, da Senhora Maria do Carmo Porto Oliveira, Chefe de Assessoria de Assuntos Parlamentares do Ministério da Saúde; 603/97, do Senhor Fernando Carlos Becker, Presidente da  Sociedade de Ginástica Porto Alegre - SOGIPA; 1039/97, da Senhora Vera Lúcia Martins Vianna, Superintendente de Negócios da Caixa Econômica Federal - CEF; s/nº, do Senhor Adolpho João de Paula Couto; s/nº, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT; s/nº, da Senhora Laís Salengue, Diretora-Superintendente da Fundação de Planejamento Metropolitano e Regional; Convites: do Doutor Thomas Goppel, Secretário do Desenvolvimento e do Meio Ambiente do Estado da Baviera - República Federal da Alemanha, para jantar; da MAUND, para lançamento do livro: "Benedita - A História de um Brasil sem Subterfúgios nem Maquiagens"; do Pai Cleon, Reino de Oxalá, para solenidade em homenagem ao trigésimo oitavo aniversário de I lê de Oxalá; da Embaixada da República Islâmica do Irã e da Secretaria de Estado da Cultura/RS, para abertura do 1º Festival de Filmes Iranianos no Brasil; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal de Educação e da Secretaria Municipal de Obras e Viação, para entrega das obras de reforma e ampliação da Escola Municipal Aramy Silva e de infra-estrutura e pavimentação das ruas Praça Araé, Coronel Aristides e Travessa São Judas Tadeu; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e da Sociedade de Engenharia, para assinatura do Protocolo de Cooperação, que permitirá a realização do Programa de Revitalização da Área Central - Projeto Piloto; do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, para solenidade de Prestação de Contas das Ações Desenvolvidas pela Prefeitura; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, para inauguração da Capatazia do IAPI; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal de Obras e Viação e do Departamento Municipal de Água e Esgotos, para entrega das obras de infra-estrutura, pavimentação, rede de esgotos e substituição de rede d'água na Região Nordeste; do Senhor José Fernando Cirne Lima Eichenberg, Secretário de Estado da Justiça e da Segurança/RS, do Senhor Valter José Maitelli, Chefe de Polícia, e do Senhor Adalberto Abreu de Oliveira, Diretor da ACADEPOL, para solenidade de abertura das comemorações do quadragésimo aniversário da Academia de Polícia Civil; do Clube de Seguros da Cidadania - SCS, para o evento de seu lançamento; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, para a assinatura do Protocolo de Intenções entre o Município e o Fundo das Nações Unidas para Infância e a Juventude - UNICEF; da Assessoria de Comunicação Social da Fundação de Economia e Estatística - ASCOM/FEE, para palestra sobre "Cenários da Economia Brasileira: o Brasil na virada do milênio"; Cartões: do Senhor Nelson Boeira, Secretário de Estado da Cultura/RS; da Senhora Janice Mayer Machado, Secretária-Geral de Governo/RS; do Senhor João Carlos Piccoli, Presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros - ATP; do Senhor Alcides Vicini, Deputado Estadual/RS; da Senhora Iara Sílvia Lucas Wortmann, Secretária de Estado da Educação/RS. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento da Vereadora Sônia Santos, solicitando  Licença  para  Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Jocelin Azambuja, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Ivo de Oliveira, Delegado do Departamento de Polícia do Consumidor e da Senhora Maria Cleci César, Secretária do Movimento das Donas de Casa e Consumidores do Rio Grande do Sul, convidando-os a integrar a Mesa dos trabalhos. Após, concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Edy Maria Mussoi, Presidenta do Movimento das Donas de Casa e Consumidores do Rio Grande do Sul, que manifestou a posição da entidade que preside, contrária à proposta do Governo Estadual, de extinção do Departamento de Polícia do Consumidor - DECON. Na ocasião, a Vereadora Maria do Rosário informou que a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos apresentará à Mesa Moção de Repúdio à extinção desse Departamento. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, reportando-se ao tema da Tribuna Popular, manifestou seu apoio ao discurso da Senhora Edy Maria Mussoi, discorrendo sobre o trabalho realizado pelo DECON e ressaltando que, apesar da existência de legislação municipal de defesa do consumidor, esta não vem sendo efetivamente cumprida. Às quatorze horas e trinta e cinco minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de "quorum". Após, foi apregoado Requerimento do Vereador João Dib, solicitando a renovação da votação do Requerimento nº 214/97  (Processo nº 2737/97). Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram, em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nº 162 e 156/97,  este  discutido pelo Vereador  Renato Guimarães; o Projeto de Lei do Executivo nº 39/97, este discutido pelos Vereadores Guilherme Barbosa, Adeli Sell e Reginaldo Pujol; os Projetos de Lei do Executivo nºs 40 e 41/97, ambos discutidos pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Reginaldo Pujol; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 157 e 160/97, o Substitutivo nº 02 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 10/93; o Projeto Resolução nº 27/97; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nº 28/96 e 159/97; o Projeto de Lei do Executivo nº 38/97, este discutido pelos Vereadores João Dib, Adeli Sell e Reginaldo Pujol. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Jocelin Azambuja, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 65/97 e as Emendas de nºs 01 e 02 a ele apostas, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Eliseu Sabino. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 107/97, por vinte e quatro votos SIM, após ser discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>e encaminhado à votação pelos Vereadores Guilherme Barbosa, Elói Guimarães, Pedro Américo Leal, Cláudio Sebenelo e Lauro Hagemann, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Tereza Franco e Jocelin Azambuja, e tendo apresentado Declaração de Voto os Vereadores Gerson Almeida, Juarez Pinheiro, Guilherme Barbosa, Renato Guimarães e Adeli Sell. Na ocasião, foi aprovado Requerimento do Vereador Antonio Hohlfeldt, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Gilberto Batista, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Em Discussão Geral e Votação Nominal foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 121/97, por vinte e nove votos SIM, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Tereza Franco, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja.  Após, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador José Valdir, solicitando a dispensa do envio da Emenda nº 02 aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 237/91 para apreciação das Comissões Permanentes da Casa. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 237/91, por vinte e oito votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Antônio Losada e Jocelin Azambuja, tendo sido submetida à votação nominal por solicitação do Vereador Pedro Ruas, votando os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Tereza Franco, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja. Após, foram aprovadas as Emendas nºs 01 e 02, apostas ao Projeto de Lei do Legislativo nº 237/91. Em Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 15/96, por trinta votos SIM, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Juarez Pinheiro, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Reginaldo Pujol, votando os Vereadores Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Gerson Almeida, <MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm>Guilherme Barbosa, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol,  Renato  Guimarães, Tereza Franco, Gilberto Batista  e  Jocelin  Azambuja.  A  seguir,  foi aprovada  a  Emenda  nº 01  aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 15/96.  Em Discussão Geral e Votação estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nº 179/96, que, a Requerimento, aprovado, do Vereador Renato Guimarães, teve adiada sua discussão por uma Sessão, e de nº 21/97 que, a Requerimento, aprovado, da Vereadora Anamaria Negroni, teve adiada  sua  discussão por duas Sessões. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 27/97 que,  a Requerimento, aprovado, da Vereadora Anamaria Negroni, foi retirado de tramitação. Na ocasião, o Senhor Presidente, face a questionamentos dos Vereadores Pedro Ruas e Luiz Braz, prestou informações quanto à necessidade de votação do Requerimento da Vereadora Anamaria Negroni, de retirada de tramitação do Projeto de Lei do Legislativo nº 27/97. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os Projetos de Lei do Executivo nºs 21 e 16/97. A seguir, foi iniciada a votação dos Requerimentos. Foi aprovado o Requerimento nº 221/97 (Processo nº 2828/97 - autorização para viagem a Brasília, a fim de tratar do processo de negociação dos moradores da Vila dos Ferroviários), dos Vereadores José Valdir e Anamaria Negroni. Foi aprovado o Requerimento nº 219/97 (Processo nº 2822/97 - autorização para representar esta Casa no Seminário "Portador de Deficiência, Portador de Cidadania", a realizar-se em Brasília), do Vereador Paulo Brum, manifestando-se a respeito o Vereador João Dib. Foi aprovado o Requerimento nº 218/97 (Processo nº 2821/97 - Sessão Solene para homenagear a Editora Síntese), do Vereador Pedro Ruas. Foi aprovado o Requerimento nº 220/97 (Processo nº 2823/97 - Moção de Protesto pela extinção do Departamento de Polícia do Consumidor - DECON), da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, este por dezenove votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Maria do Rosário, Clênia Maranhão, João Dib e Jocelin Azambuja, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Clovis Ilgenfritz, votando os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja. Durante a apreciação deste Requerimento, o Senhor Presidente propôs a suspensão da discussão do mesmo, nos termos do inciso IV do artigo 163 do Regimento. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do Pai Cleon de Oxalá e da Mãe Olga do Alaketo Yalorixá da Bahia, convidando-os a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra ao Vereador Nereu D'Ávila, que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Após, o Senhor Presidente convidou a Senhora  Jocenira Francisca Barbosa Pereira a integrar a Mesa dos trabalhos e con<MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=12 mm><LF=164 mm><AF=261 mm><M>cedeu a palavra à Mãe Olga do Alaketo, Yalorixá da Bahia, que agradeceu a recepção proporcionada por este Legislativo e, por sugestão do Pai Cleon de Oxalá, deu sua bênção, em língua africana, desejando a todos sorte e paz, para que  possam defender os interesses da população porto-alegrense.  Às dezesseis horas e cinqüenta e oito minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e cinco minutos, constatada a existência de "quorum", reiniciando-se a ORDEM DO DIA. Em continuidade, foi retomada a votação de Requerimentos. Foi aprovado Requerimento do Vereador Luiz Braz, solicitando seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 15/97, por dezoito votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, João Dib e Cláudio Sebenelo, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Paulo Brum, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Tereza Franco, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja, e optando pela Abstenção o Vereador João Dib. Foi aprovado o Requerimento nº 208/97 (Processo nº 2697/97 - Moção de Solidariedade ao Prefeito de Betim/MG), do Vereador Gerson Almeida. Foi aprovado o Requerimento nº 216/97 (Processo nº 2776/97 - Moção de Protesto contra a comercialização dos Centros de Habilitação de Condutores), do Vereador Cyro Martini, por doze votos SIM, três votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Cyro Martini e Cláudio Sebenelo, tendo sido submetido à votação nominal por solicitação do Vereador Jocelin Azambuja, votando Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maria do Rosário, Pedro Ruas, Renato Guimarães, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja, Não os Vereadores Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão e Fernando Záchia, e optando pela Abstenção o Vereador João Dib. Às dezoito horas e dezesseis minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Reginaldo Pujol e Paulo Brum e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum):  Há quórum. Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Ordinária

 

 (O Ver. Clovis Ilgenfritz assume a Presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Em votação o pedido de Licença da Vera. Sônia Santos para tratar de Interesses Particulares motivos particulares, no dia de hoje. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. A Mesa declara empossado o suplente, Ver. Jocelin Azambuja, que integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente.

Passamos à

 

TRIBUNA  POPULAR.

 

Convidamos o Sr. Ivo Oliveira - Delegado do Departamento de Polícia do Consumidor,  e a Sra. Maria Cleci César,  Secretária do Movimento das Donas de Casa a fazerem parte da Mesa dos trabalhos.

Passamos à palavra à Sra. Edy Maria Mussoi,  Presidenta do Movimento das Donas de Casa, que falará sobre a extinção do Departamento de Polícia do Consumidor - DECON.

 

A SRA. EDY MARIA MUSSOI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o Movimento das Donas de Casa neste momento está traduzindo toda a indignação por que estão passando todos os consumidores gaúchos. Eu gostaria de lembrar  aos senhores que no Código de Defesa do Consumidor, no capítulo II - da Política Nacional e Relações de Consumo - diz:

"Ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor."

No artigo 5º - inciso III, diz:

"Criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores  vítimas de infrações  penais de consumo."

Eu pergunto aos senhores: O que o nosso Governador pretende fazer ao extinguir uma delegacia que existe há mais de dez anos, que presta um serviço relevante à comunidade durante vinte e quatro horas por dia?

Acredito até que ele esteja bem intencionado. E se for essa a intenção do Governador, aplausos para ele. Mas por que, primeiro, não descentralizar criando delegacias especializadas para depois extinguir uma que, de fato, está prestando  um serviço à comunidade? Mesmo que isso aconteça, a preocupação principalmente das donas de casa é que, havendo um delegado preocupado com roubo, estupro e com crime hediondo, como ele vai se preocupar com uma pobre de dona de casa  que procura a  sua delegacia contando o seu problema, que para ela  é muito grande  - mandou  consertar uma geladeira e  o conserto não ficou a contento?  Será que o delegado  terá tempo para atender essa pessoa?  Essa é a nossa preocupação.

 A comunidade não foi ouvida,  os órgãos de defesa do consumidor sequer  foram  consultados para saber  se estávamos ou não satisfeitos com o atendimento do DECON. Existe o PROCON, mas, no nosso entendimento, o seu papel é agilizar os  PROCONs que já existem, criar novos PROCONs no Estado.  Temos, no Rio Grande do Sul, apenas 70 PROCONs.  Aliás, nem na Capital temos PROCON municipal, ele já foi aprovado por esta Casa, Sr. Presidente e, pelo que nos consta, até hoje não saiu do papel. Já estivemos com o Sr. Prefeito cobrando, mas ele  ainda deve estar pensando  se vai ou não implementar a criação  do PROCON Municipal.

 Eu acho que  a população mereceria, por respeito, ser consultada; ela está ou não de acordo? Temos recebido muitos telefonemas de pessoas que usaram os serviços do  DECON, elas foram muito bem atendidas por esse órgão e perguntam o porquê dessa resolução. Nós também estamos nos indagando por que o Governador  o está vetando. Houve uma senhora que se referiu assim: "O Governador  quando não consegue vender, extingue".  Claro que é uma colocação forte, não é bem assim. Mas, quando o Governo   não se comunica com o seu povo dá margem a colocações nesse sentido. Estamos esperando respostas do Sr. Governador sobre o porquê de ele estar extinguindo o DECON. O que há atrás disso tudo? Será que não são  grupos que estão fazendo pressão, grupos que se sentiram atingidos pelo trabalho eficiente do DECON? O DECON não presta serviços  só à população. O trabalho do DECON é mais abrangente. Ele também trabalha na defesa da saúde. Os Senhores entendem o trabalho do DECON e eu não preciso estar explicando. O Governador queixa-se tanto de sonegação, pois o DECON  também trabalha nesta área, de perseguir os que estão sonegando impostos.

 Então nos perguntamos sobre o porquê da sua extinção. Esperamos que através desta Casa, que nos acolheu tão gentilmente, o eco das nossas palavras chegue até os Srs. Deputados e que eles, na hora de apreciar o Veto do Sr. Governador pensem na posição do povo Rio-grandense. De que adianta termos um Código de Defesa do Consumidor digno de Primeiro Mundo, se não vamos ter a quem apelar, a quem reclamar nossos direitos? Evidentemente, temos o PROCON, mas, com a extinção do DECON, que é o braço forte do PROCON, a quem vamos recorrer?

São essas as perguntas que a comunidade faz e que esperamos que os Srs. Deputados no-las respondam, não aceitando o Veto do Sr. Governador que extingue o DECON. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Gostaria de, em nome da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos comunicar à Casa que realizamos, na última reunião da Comissão, uma audiência sobre a matéria e nos posicionamos, como Comissão, consultando a cada Vereador da Comissão - aqui presentes os Vereadores Tereza Franco, Fernando Záchia, Hélio Corbellini e Isaac Ainhorn - e a Comissão tem um posicionamento contrário à extinção do DECON.  Como Comissão, estamos propondo ao Plenário da Casa a apreciação de uma moção para que a Câmara como um todo assuma esse posicionamento e V. Exa., Sr. Presidente, possa encaminhá-lo aos Srs. Deputados e ao Sr. Governador do Estado. É uma medida que estamos tomando como Comissão.  

                                    

(Não revisto pela oradora.)

     

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ:  Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é sempre uma satisfação para este Vereador poder ouvir a voz desta mulher trabalhadora que é a Edy Mussoi. Nós já acompanhamos o seu trabalho há muito tempo. Ela já trabalhou em vários movimentos comunitários e agora está na liderança do Movimento das Donas de Casa. Por várias vezes nós pudemos ler e ver as notícias e as ações da Edy Mussoi ligadas às suas brigas, inclusive com o próprio Presidente da República. E, agora, a Edy volta as suas baterias para uma questão que é extremamente justa:  fazer com que os nossos Deputados Estaduais derrubem o Veto aposto pelo Sr. Governador do Estado a esse projeto, caso não o façam,  fulminarão o DECON.

A nossa Edy Mussoi levantou um outro fato que é extremamente importante, e como a Vera. Maria do Rosário se manifestou em nome da Comissão que trata deste assunto aqui nesta Casa, eu resolvi vir a esta tribuna exatamente para solicitar que -  reforçando esse pedido da Sra. Edy Mussoi -  a lei que nós temos no Município possa ser utilizada com rigor e possa ser cobrada pela Comissão da Casa. Que nós também possamos colocar, dentro do Município, um instrumento eficaz de defesa do consumidor. Lembro-me que nós votamos nesta Casa o Código, que foi uma proposta da Vera. Clênia Maranhão. O Código, na sua proposta original, recebeu uma série de emendas; nós aprovamos o Código e ficou tudo por isso mesmo. Parece que não existe legislação municipal. E hoje, Ver. Pedro Américo Leal, nós vamos, aqui, nos manifestar com relação ao assunto que é da área estadual, e que nós da Bancada do PTB nos posicionamos pela derrubada do Veto, de acordo o que já manifestaram os Deputados da nossa bancada. Mas nós não temos, até o presente instante, nenhuma manifestação desta Câmara no âmbito que lhe é atinente, que é exatamente o Município.

Nós deveríamos estar aqui, e faço esse desafio à Vera. Maria do Rosário, debatendo em relação ao não cumprimento de uma legislação, ou o  porquê de uma legislação de defesa do consumidor, aprovada por esta Câmara,  não é colocada como um instrumento à disposição da população para que, realmente, seus interesses sejam defendidos.

É nesse sentido que estamos nesta Tribuna para dizer, primeiramente, que um dos criadores do DECON é um Vereador da nossa Tribuna, delegado de polícia, e que não pode estar, hoje, aqui presente, Sr. Leão de Medeiros, mas me pediu que eu manifestasse em defesa do DECON, já que ele trouxe, na semana passada, esse tema nesta Casa, quando estava assumindo seu Mandato como Vereador. Estou nesta Tribuna, agora, exatamente, utilizando as palavras do delegado e Ver. Leão de Medeiros em defesa do DECON. E fazendo com que nossa Bancada possa se posicionar a favor do DECON e contrário a este Veto aposto a o Projeto pelo Sr. Governador do Estado.

Então, nesse sentido, fizemos um apelo para que esta Casa, principalmente, através da Comissão, que já se manifestou neste Plenário, possa, imediatamente, começar as suas ações  para que a Lei que existe no Município possa ser colocada em prática e que nosso consumidor possa ter seus direitos defendidos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Vamos considerar que o pronunciamento da Vera. Maria do Rosário, Presidente da Comissão Permanente, que trata desse assunto, colocando a proposta de que esta Casa se manifeste através de uma Moção , e também considerando o discurso do Ver. Luiz Braz, representativo desta Casa, queremos dizer, mais uma vez, às donas de casa e consumidoras do Rio Grande do Sul - em especial, à Sra. Edy Maria  Mussói - que estaremos atentos, como Mesa Diretora, dando apoio às atividades e iniciativas dos Srs. Vereadores no sentido de gestionar junto ao Governo Municipal, junto às esferas do Governo Estadual, no caso o Legislativo Estadual. Agradecemos muito a presença dos Senhores e Senhoras.

Estão suspensos os trabalhos por um minuto para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos  às 14h e36 min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 14h37min): Estão reabertos os trabalhos. Apregoamos o Requerimento,  de Renovação de Votação, nº  214/9, de autoria do Ver. João Dib.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 2600/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 156/97, de autoria do Ver. Nede Soares, que autoriza o Executivo Municipal a implantar, nas escolas de primeiro grau do Município, a disciplina de Planejamento Familiar.

 

PROC. 2706/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 162/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Praça André Forster um logradouro irregular localizado no Bairro Petrópolis.

 

PROC. 2727/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/97, que autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal - CEF, visando à implementação, no Município  de  Porto  Alegre, do Programa de Saneamento  -  PRÓ-SANEAMENTO.

 

PROC. 2728/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/97, que autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal visando  à implementação, no Município de Porto Alegre,  do  Programa  PRÓ-MORADIA.

 

PROC. 2729/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/97, que autoriza o Departamento Municipal de Água e Esgotos - DMAE a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica Federal - CEF, visando à implementação, no Município de Porto Alegre, do Programa de Saneamento - PRÓ-SANEAMENTO.

 

PROC. 0507/93 - SUBSTITUTIVO Nº 02 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 010/93, de autoria do Ver. João Motta, que estabelece diretrizes gerais de fomento à construção habitacional, realização de melhoria, expansão de infra-estrutura e equipamentos urbanos e saneamento destinados às cooperativas habitacionais autogestionárias e populares no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 2634/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/97, de autoria do Ver. Décio Schauren, que denomina Rua Nelson Duarte Brochado um logradouro irregular localizado na Vila São Judas Tadeu, no Bairro Partenon.

 

PROC. 2635/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 027/97, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que concede a Comenda Pedro Weingärtner à artista plástica Paulina Laks Eizirik.

 

PROC. 2670/97 -  PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 160/97, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que altera dispositivos da Lei nº 3187, de 24 de outubro de 1968, que estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante, e dá outras providências.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 0652/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/96, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que inclui §§ 2º e 3º e transforma o Parágrafo único em 1º, no art. 1º da Lei nº 3187, de 24 de outubro de 1968, que estabelece normas para a exploração do Comércio Ambulante e dá outras providências.

 

PROC. 2667/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 159/97, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila, que autoriza o Poder Executivo Municipal a erigir busto em homenagem ao jornalista e Líder Espiritual Umbandista Moab Dantas Caldas.

 

PROC. 2675/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/97, que autoriza o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID, para financiamento do Programa de Desenvolvimento Municipal de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Maria do Rosário está com a palavra. Desiste. o Ver. João Dib. Ausente. Ver. Guilherme Barbosa, para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, quero abordar três processos em 1ª Sessão de  Pauta, que são os Processos 2727/97, 2728/9 e 2729/97 (PLE nºs. 039/97 – 040/97 e 041/97). São os projetos encaminhados pelo Executivo Municipal, pedindo autorização desta Casa para contrair financiamento com a Caixa Econômica Federal para a construção de moradias, através do DEMHAB e construção de equipamentos de saneamento, seja através do DEP, seja através do DMAE.  Os recursos são do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, portanto, gerenciados pela  Caixa Econômica Federal. Esses recursos são, na verdade, dos trabalhadores do Brasil. Neste caso, muito bem aplicados no setor de moradia e de saneamento.

Srs. Vereadores, os três projetos, somados, solicitam à Câmara autorização para que a Prefeitura contraia financiamento no total de 28 milhões de reais. É, portanto, um volume significativo de recursos financeiros: 6 milhões para moradias populares, que vão atingir 36OO pessoas, sendo 385 apartamentos, 200 sobrados, urbanização para 112 lotes e cesta de material para 300 famílias em várias localidades de nossa Cidade.

No caso do saneamento - começo pelo DEP -, vamos ter redes ou galerias de drenagem urbana: no Canal São Vicente - 1825 metros; na Rua  B-5  da Restinga - 400 metros; Canal da Rua Tapajós - 150  metros; Ruas Presidente Juarez e José Maurício - 483 metros; Rua  I, da Vila Safira e Rua Livramento -  570 metro; e por aí vai, totalizando, no caso do DEP,  12.792  metros de obras, sejam redes ou galerias. Portanto, 12,8 Km de drenagem urbana, de calibre grosso, inclusive, de galeria, que vai significar uma melhoria muito grande na  drenagem urbana da nossa Cidade. Esse projeto vai significar a alocação de 11 milhões de reais.

No caso de DMAE, há previsão para obras de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos. No caso da água, há um setor importante da nossa Cidade, que ainda tem uma certa deficiência no abastecimento, que é a região da Lomba do Pinheiro, depois da Parada 13, e uma parte mais próxima da Lomba, que é a Restinga. Com esse sistema, nós vamos interligar o sistema de abastecimento que vem de Belém Novo, onde se ampliou uma estação de tratamento.  Há capacidade de produção de água tratada naquela estação já prevendo essa ampliação. Além disso, há obras de rede, estação de tratamento, estação de bombeamento de esgoto, o que irá despoluir a praia de Belém Novo.

O DMAE  está lançando, neste momento, 30 km de rede de esgoto naquela região  e já desapropriou a área para a construção da estação de tratamento. Com essa complementação, nós vamos ter, com certeza, a praia de Belém Novo despoluída e boa para banho, assim como acontece, há muito tempo, na praia do Lami.

Estamos, também, na segunda etapa da despoluição da praia de Ipanema.

São, portanto - e aqui estiveram, tratando desse assunto, os Diretores-Gerais das três autarquias -, Srs. Vereadores, projetos de grande relevância para a nossa Cidade. Esta Casa demonstrou simpatia pelos projetos, e, com certeza, a Cidade terá muito a ganhar. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a atenta Bancada do Partido Progressista Brasileiro, na sexta-feira, recebia, como as demais, o Sr. Diretor-Geral do DEMHAB, o Diretor-Geral do DMAE e o nobre Diretor do DEP.

Na ocasião, dizíamos que já havíamos estudado os três projetos que os diretores trouxeram a esta Casa. Nós informávamos que entraríamos com um pedido de urgência, tão pronto fosse possível, na Pauta, e oferecíamos um dos nossos Vereadores para fazer o relatório. Eu não entendo por que: proposição clara, sincera, transparente, aberta, honesta, ponderada, achou na bancada do PT algumas coisas que poderiam ter solução diferente. Pois se é para ter solução diferente, nós, também, podemos fazer diferente. Porque a oferta foi cristalina, espontânea, porque os três projetos, lemos os três, estão muito bem apresentados, estava explicado o que seria feito com o dinheiro. Diferente do outro que queremos saber, o Programa de Desenvolvimento Municipal, a Câmara não o conhece, e queremos conhecê-lo.

E nós, pela vontade de servir  Porto Alegre, pela vontade de ver realizado o bem comum dizíamos da tribuna que é melhor que já informem no processo para não ter que baixar em diligência, para que se possa dar a urgência, não solicitada, mas sem dúvida necessária, porque a III Perimetral é importante. Mas, o Programa de Desenvolvimento Municipal não conhecemos. Assim como não sabemos o que vai ser feito de pavimentação comunitária, de modernização administrativa, de fortalecimento institucional.  E são 77 milhões de dólares, é muito dólar para muito pouca informação.

Esta bancada está sempre do lado da Cidade de Porto Alegre, estará sempre ao lado da Administração da Prefeitura quando os interesses da Cidade assim o exigirem. Mas, estamos preocupados, queremos saber, como soubemos dos três projetos, DMAE, DMLU e DEP, antes de todos os outros nós já informávamos que pediríamos urgência, já que a preocupação dos três diretores era a urgência em razão dos prazos para os empréstimos. Agora, esses 154 milhões de dólares precisamos saber um pouquinho mais. É muito dinheiro para que a Câmara diga amém, diga sim, sem saber o que está fazendo.

Então, vou dizer de novo: é preciso saber qual é este Programa de Desenvolvimento Municipal que está no texto da lei. E quais são os gastos com a III Perimetral, com a pavimentação comunitária, com a modernização administrativa e com o fortalecimento institucional.

 

O Sr. Gerson Almeida: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador João Dib, na sexta-feira passada, quando V. Exa. havia colocado basicamente as questões de conteúdo que faz na tribuna agora, imediatamente solicitei que fossem trazidas à Câmara as informações que V. Exa. requer. Inclusive aproveito, para informar que irei conversar com algumas Lideranças, para falar sobre a oportunidade de convidarmos o Secretário Especial para Captação de Recursos, José Eduardo Utzig, que eventualmente poderia ser sabatinado ou questionado sobre o assunto, para adicionarmos às informações que possuímos. De resto, as outras propostas da Bancada são sempre muito bem-vindas, e não é de meu conhecimento qualquer outro problema em relação a essa sua sugestão que me parece bem oportuna.

 

O SR. JOÃO DIB: Para encerrar, Sr. Presidente, agradeço ao inteligente Ver. Gerson Almeida pelo aparte, e devo dizer que se fizeram o Projeto pedindo o financiamento de 154 milhões de dólares, os dados estão todos na Prefeitura. Basta fazer cópia e colocar no Processo. Saúde e Paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu já havia dito, na sexta-feira passada, que todo esforço da Bancada do PT será de trazer, detalhadamente, aqui, as informações solicitadas pelo Ver. João Dib. Nós temos a promessa do nosso Governo de que na quarta-feira nós teremos uma série de novos elementos para agregar, além daquilo que nós já colocamos aqui na tribuna.

 Hoje eu também procuro discutir o PLE nº 39/97, do Governo municipal, que autoriza a Prefeitura Municipal de Porto Alegre a contratar operações de crédito com a Caixa Econômica Federal, visando  à implementação no Município de Porto Alegre, do Programa Pró-saneamento, já mencionado aqui anteriormente da tribuna pelo Ver Guilherme Barbosa. É de extrema importância o que trouxeram  os três diretores aqui, na sexta-feira, em particular este Projeto de Lei que trata do saneamento, portanto, uma atividade do nosso Departamento Municipal de Esgotos Pluviais. É importante que se mencione aqui que as obras a serem realizadas  foram amplamente discutidas com as comunidades e aprovadas pelo Orçamento Participativo. Menciono algumas: o Canal São Vicente; a Rua B 5 da Restinga; o Canal da Rua Tapajós, a fase dois, porque já existe uma parte realizada; na Rua Presidente Juarez e José Maurício, uma rede entre essas duas ruas; Rua 1 da Vila Safira; a Rua Livramento, galerias; Arroio Cascatinha, junto a 1º de Maio; Av. Tronco. Cabe mencionar que naquela região da Tronco obras importantes já foram realizadas, e agora mais 260 metros de rede. Av. Polônia, onde há 5.881 metros de rede.

Com esse financiamento, nós teríamos uma solução para os graves problemas que,  sistematicamente, há muitos e muitos anos vem ocorrendo nessa região da Cidade. Na rua Sílvio Sanzon, são 1485 metros de rede; na Rua Toledo Pizza e Arroio Guarujá com 300 metros de canal. Ou seja, a proposta aqui apresentada é que esta Câmara autorize o Poder Público Municipal a fazer esse tipo de parceria, ter esse tipo de empréstimo a partir da Caixa Econômica Federal, para que possamos enfrentar ainda vários e vários problemas que nós temos na área do saneamento, particularmente em alguns lugares com problema de enchentes. Obras importantes já foram realizadas neste Município. Todos terão de convir que um esforço muito grande foi feito por nossas administrações. Não estamos desconhecendo o que outros governantes fizeram, mas repito que tivemos a preocupação de enfrentar esse grave problema da Cidade de Porto Alegre e com o financiamento do DEP com a Caixa Econômica Federal, nos lugares, nas ruas mencionadas por mim, será fundamental para melhorar a qualidade de vida da nossa população.

Assim como o outro Projeto que tramita nesta Casa, de empréstimo para a III Perimetral e outras obras, eu volto a repetir que pretendemos, na quarta-feira, explicitar mais esse Projeto de Lei, o financiamento e sua devida destinação. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra. Ausente. O Sr. Antônio Losada está com a palavra. Ausente. O Sr. Renato Guimarães está com a palavra  para discutira Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uso a Pauto para destacar o Projeto, que corre em 1ª Sessão, PLL nº 156/97, de autoria do Ver. Nede Soares, que autoriza o Executivo Municipal a implantar, nas escolas de  1º grau do Município, a disciplina de Planejamento Familiar. Todos sabemos que em nível municipal se tem todo um processo participativo onde o cidadão tem espaço, na própria escola, através do Conselho Escolar, para se construir o chamado controle social sobre a política de educação.

 Destaco esse tema para dizer que a questão da disciplina de Planejamento Familiar é mais complexa do que apenas se fazer um Projeto Autorizativo dizendo que o Executivo tem de implantar essa disciplina. No meu ponto de vista, a questão do planejamento familiar vai além de uma iniciativa.

Portanto, vejo que a questão da  proposta do Vereador entra em contradição por desconhecer a Legislação da educação - LDB -, que determina como se dá a questão da disciplina.  Há outra contradição que é de que forma hoje construímos, no Município de Porto Alegre a questão das disciplinas e como se constrói o conteúdo que as nossas crianças têm de aprender nas escolas.

Acho que é uma matéria  complexa, bastante complicada e que, no meu ponto de vista, não se resolve por esse caminho.

Não se tem dúvida do tamanho da importância de se debater a questão do planejamento familiar. Eu gostaria, antes de se autorizar uma disciplina sobre planejamento familiar, que fizéssemos um amplo debate com a sociedade  para se saber o que é exatamente esse planejamento familiar que queremos.

O planejamento familiar que quero é o mesmo que o Ver. Nede Soares quer? É o mesmo que o Ver. Luiz Braz quer? É o mesmo que o Ver. Adeli Sell quer?

 

O Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Do ponto de vista de conteúdo da matéria é indiscutível que é fundamental o estabelecimento desse tipo de disciplina, principalmente na escola secundária, na minha opinião. Eu gostaria de saber por que isso não poderia ser instalado nas escolas e qual a sua opinião a respeito disso, porque até agora V. Exa. só disse que a LDB não deixa, o que eu não concordo. Qual o motivo que faz com que o planejamento familiar não seja colocado na escola secundária?

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Eu gostaria de, através do próprio conteúdo do debate, explicitar algumas coisas. Por exemplo, propõe autorizar para a rede municipal de 1º grau. Que tipo de conteúdo de planejamento familiar se vai trabalhar com crianças de 7 a 14 anos? Eu só estou dando um exemplo da dificuldade que se tem de tratar esse tema. Concordo com a importância do debate sobre planejamento familiar, mas gostaria de entender como ele se dá, por exemplo, na rede municipal de primeiro grau.

Ressalto, novamente, que esse é um assunto bastante polêmico, que deve ser enfrentado pela sociedade. No meu ponto de vista, não cabe ao Vereador autorizar uma disciplina, ou não, no currículo de uma escola, pela própria LDB e pela própria construção que se faz na Cidade, hoje. Mas, antes que isso acontecesse, eu gostaria de fazer um debate sobre tipo de planejamento que se quer. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra  para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós temos em Pauta, hoje, quatro Projetos do Executivo, três deles em 1ª Sessão - 39, 40 e 41 - que poderão ser objeto do nosso enfoque nos dias posteriores.

Fixo-me, como já fez o Ver. João Dib, no Projeto do Executivo nº 38/97, em que a Casa é convocada a autorizar o Poder Executivo Municipal a contratar operação de crédito com o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID - para financiamento do Programa de Desenvolvimento Municipal, em Porto Alegre.

O Ver. João Dib cobrou, da tribuna, e, evidentemente, o fez com razão, com a maior clareza, o objeto dessa autorização. Especialmente, porque uma simples leitura nos deixa inseguros no que diz respeito em que local e de que forma serão aplicados esses recursos, porque o artigo primeiro, que pede autorização para a contratação do financiamento de setenta e sete milhões de dólares americanos, diz que esse valor se destina ao Programa de Desenvolvimento Municipal de Porto Alegre que conta com os seguintes componentes: sistema viário, III Perimetral, pavimentação comunitária, modernização administrativa e fortalecimento institucional.

 Honestamente, penso que essas colocações são muitos amplas e vagas. Sinto necessidade de ter um conhecimento mais amplo e saber para onde  irão os recursos objeto dessa autorização solicitada pela Câmara. Naturalmente, eu não precisaria ter esse tipo de preocupação se nós pudéssemos contar com eles, antes dos orçamentos municipais, porque esses recursos todos deverão ser orçamentados, futuramente, em uma indicação clara, precisa, no plano de investimentos. Como isso não vai ser possível,  porque as propostas  nesse sentido foram, infelizmente, derrotadas nesta Casa, vou, antecipadamente dizer que em uma matéria como essa me sinto compelido a exigir esclarecimentos precisos para que eu possa com ela me comprometer, o que farei com a maior tranqüilidade possível, ainda que entenda que o discurso do Executivo Municipal que sempre reclama excessivo endividamento externo  da Nação brasileira, neste momento entra em conflito, o que para mim não ocasiona nenhum tipo de transtorno.

 Sempre achei conveniente que se buscassem  financiamentos amortizados ao longo do tempo para que várias gerações viessem pagar para fazer grandes obras estruturais em Porto Alegre. Agora, entre eu ter essa antecipada simpatia com um projeto dessa ordem e com ele concordar diante das expressões vagas que nele são inseridas há um distanciamento muito grande.

 Então, confio plenamente, inclusive já vi o Ver. Adeli Sell, com a responsabilidade de Vice-Líder do Partido dos Trabalhadores,  anunciar que, na quarta-feira, trará um aprofundamento desse Projeto com explicações mais conseqüentes e consistentes, e fico aguardando que isso ocorra para que não sejamos compelidos a oferecer reparos nas comissões técnicas, ou quem sabe, até mesmo na hora de se decidir essa matéria. Diz o ditado popular que quem avisa amigo é; estou dando uma de amigão da Administração Municipal dizendo claramente, no início dos debates, que há, pelo menos de minha parte, uma predisposição de auxiliar na votação desse Projeto de Lei, mas que essa predisposição determina que seja bem esclarecida quanto aos reais objetivos do Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Havendo quórum passamos à    

 

ORDEM DO DIA

 

Requerimento, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, solicitando que sejam votados em primeiro lugar os Processos de fls. 14, 16 e 18 ( PLL nº 065/77 – PLL nº 107/97 e PLL nº 121/97),  e os demais na seqüência normal. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO O Requerimento por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL  E  VOTAÇÃO

 

PROC. 1266/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 065/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que dispõe sobre a construção de um busto em homenagem à Lydia Moschetti. Com Emendas nºs  01 e 02.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs. 01 e 02;

- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto e das Emendas nºs. 01 e 02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra, para encaminhar.

 

O SR. ELISEU SABINO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  prezados participantes deste reunião. Eu gostaria de ler, aqui, algo sobre a Sra. Lydia Moschetti, que teve uma vida totalmente voltada para os necessitados e que, hoje, é alvo de um projeto, de autoria deste Vereador, que dispõe sobre a construção de um busto em homenagem a essa ilustre personalidade através do PLL nº 065/97.

 Quem não conheceu as obras de Lydia Moschetti? Lydia Moschetti chegou ao Brasil em 1907, aos 18 anos de idade, com sua mãe e mais oito irmãos. Depois de uma vida sem sorte, desde que nascera de um berço nobre, mas pouco aceito na cidade italiana de Toscana. A vida no Brasil não foi fácil, pois o pai viera antes e tinha outra mulher dando pouca atenção à família recém chegada. Foram anos de lutas e toda a família trabalhou para tentar vencer a miséria. Lydia que desde pequena fora revoltada com uma série de imposições e habituada em sua terra a trabalhar, coisa proibida a uma moça no Brasil, acabou se transformando na época na "ovelha negra" da família, tudo porque pintava quadros, fazia rendas, cantava e dançava em público. Conheceu Luiz Moschetti que era engenheiro, representante da FIAT no Brasil e América, mas ele abandonou o emprego para ficar em casa e ter um  negócio próprio em Porto Alegre. "Foram os anos mais duros e mais entusiasmados", conforme declaração de Lydia Moschetti.

Em entrevista à Folha da Tarde, em agosto de 1947, dizia: "Começamos uma fábrica de papelão, juntando papel velho do lixo Duas mulas e dois carrinhos carregavam o papel do lixo para a única fábrica de papel do sul do Brasil, a Luiz Moschetti". Logo nasceu Humberto e em alguns anos foi possível construir outra ala da fábrica na Av. Alberto Bins. A partir de então, a fábrica prosperou tornando-se uma potência capaz de fazer de Lydia Moschetti uma mulher rica. Sua riqueza não foi acumulada só com o lucro da fábrica, mas com o hábito de investir em jóias todo o dinheiro ganho. O dinheiro ganho com a venda dessas jóias  passou a ser investido nas obras de caridade. Ao enviuvar, mudou-se para uma casa no bairro Moinhos de Vento e então passou a vender jóias, apartamentos, carros e casas para levar adiante a instituição de caridade.

 Fundadora de 28 instituições de assistência no Estado, morreu em Porto Alegre ao 94 anos de idade, vítima de uma trombose, tendo sido realizada missa de corpo presente no Hospital Banco de Olhos, uma de suas principais obras e local onde passou  os últimos quatro anos de sua vida.

Conta-se que um dia, quando ainda morava na Itália,  prometera a um cego, na porta de uma igreja, que, se ficasse rica, não deixaria os cegos passarem  trabalho. E, ao sentir que chegara a hora de cumprir a sua promessa, entregou-se ao trabalho com uma tenacidade incomparável. Como resultado de sua luta, muitos outros, além dos cegos, foram beneficiados.

 Lydia Moschetti começou a se dedicar a obras de caridade em 1938. Entre as muitas entidades que fundou destacam-se o Banco de Olhos e o Instituto Santa Luzia em Porto Alegre.

 Integrante da Academia Literária Feminina, autora de diversos romances, essa mulher dedicou a sua vida à obra social em nossa Cidade.

Queremos deixar a nossa palavra de apoio ao Arquiteto Fayet, realizador da Praça Itália que, gentilmente, ofereceu o local ao lado do "Shopping Praia de Belas" para a construção  do busto à Lydia Moschetti. Também ao Sr. Adão Alcides Zanandrea, que é o Presidente da Associação dos Cegos do Rio Grande do Sul, que esteve conosco na sexta-feira para presenciar esse momento e à Vera. Bernadete Vidal e ao Sr. Valdim Lima, que é o idealizador da Fundação dos Cegos no Rio Grande do Sul.

Manifestamos o pedido de apoio  para que aconteça a construção desse importante monumento que marca a história da nossa Cidade. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 065/97. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 Em votação as Emendas nº1 e 2. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. APROVADAS por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1712/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 107/97, de autoria do Ver. Cláudio Sebenelo, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Dagoberto Lima Godoy.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto.

     

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA

- Art. 82, § 2º, IV, da LOM;       

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL Nº 107/97. O ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na  semana passada eu assisti a uma ópera magnífica em nosso - e não menos magnífico - Teatro do Sesi: “Turandot, de Giacomo Puccini”. É possivelmente uma das obras-primas e que necessita de um grande espaço físico para ser representada. Necessita de recursos, necessita de acústica e tudo isso tem dentro do magnífico Teatro do Sesi, que foi idealizado  por esta figura ímpar na sociedade gaúcha  que é Dagoberto Lima Godoy.

Gostaria de dizer que o grande motivo da apresentação deste projeto foi o trabalho feito junto às comunidades operárias - idealizado pelo atual Presidente da FIERGS,  de atendimento médico,  médico de família, e com odontologia familiar. Isso é feito, principalmente, para as populações mais carentes  e  o Sesi ocupa um lugar de destaque, porque está preocupado não só com a assistência, mas com o emprego e com uma visão de sociedade muito diferente daquele tipo de visão em que a luta de classes era fundamental. Hoje nós temos, principalmente, através desta orientação da FIERGS,  mudança de visão para um capitalismo muito mais humano e voltado para os interesses não só do capital, mas também do trabalhador. Esse é o motivo fundamental da indicação que faço para Cidadão de Porto Alegre,  com todos os méritos possíveis,  a este Caxiense cuja  companhia  na cidade de Porto Alegre só  nos orgulha, Dagoberto Lima Godoy. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Encerrada a discussão Em votação. O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,  a nossa Bancada  poderia perguntar ao Ver. Cláudio Sebenelo: exatamente o que fez o Sr. Dagoberto Lima Godoy por Porto Alegre? Esta pergunta já foi feita nesta Casa quando houve a proposta de um outro título polêmico para o Sr. João Pedro Stédile. Esta Casa chegou a aprovar o título e, em seguida, retirar o título. No entanto, Ver. Cláudio Sebenelo, a nossa Bancada, com seus 12 votos dirá sim ao título ao Sr. Dagoberto Lima Godoy, porque na sociedade  que nós acreditamos e pela qual lutamos  reconhecemos as diferenças e reconhecemos que o Sr. Dagoberto Lima Godoy é uma liderança empresarial, trabalha pelo setor que lidera e, portanto, é um homem que tem representatividade, embora discordando muito de suas opiniões, dos seus atuais apoios, que são explícitos inclusive usa, às vezes a liderança empresarial que tem  para fazer apoios não só  de governo , mas,  às vezes,  partidários.

 Nós votaremos sim  para o  título ao Sr. Lima Godoy, porque reconhecemos nele uma liderança e uma presidência  que trabalha e que, portanto, merece receber o título de  Cidadão Honorário de Porto Alegre. Mas não fazemos voto dessa forma, marcamos as diferenças, mas reconhecemos que uma  sociedade deve ser plural e, portanto, o nosso voto será sim. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.) 

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães,  para encaminhar.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a matéria vem a preceito para um debate sobre esta questão que diz com a natureza, com a geografia democrática da Casa. E o fato de eu estar já no quinto mandato, fez com que eu  firmasse uma posição sobre assuntos dessa natureza. Em certa oportunidade, ainda no período da ditadura militar, quando aqui fazíamos uma discussão, eu dizia: “deixem que nós levemos flores aos nossos mortos”. Era um debate que se fazia muito forte aqui na Casa e eu usei essa expressão e companheiros das legislaturas passadas invariavelmente citavam essa frase que eu havia utilizado naquela oportunidade. Nós defendíamos  a resistência democrática dentro da Câmara Municipal ao "statu quo" reinante.

Essa matéria, Ver. Cláudio Sebenelo,  vem bem nesta hora para que se firme definitivamente o caráter plural da Câmara Municipal de Porto Alegre e trazido aqui em boa hora a questão ligada a um líder do movimento social, ligado ao movimento dos sem-terra, que teve nesta Casa negado o seu título ao seu líder. Podemos muitas vezes discordar, mas essa discordância não pode levar ao ponto de negarmos com que frações da Casa, por entender que a homenagem é justa, façam essa homenagem.

Então,  é muito oportuna esta matéria e quero sobre ela incidir para deixar demarcado isso que acho fundamental, porque essa é uma Casa plural, é uma Casa que tem que ser democrática nas suas decisões e tem que oportunizar para que frações da  sociedade aqui representadas sejam homenageadas.

Quero, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, reiterar  o princípio que sempre adotei. A unanimidade só pertence às ditaduras, Ver. Lauro Hagemann, porque não se pode pensar, não se pode decidir, não se pode, enfim, expressar. As unanimidades são assim, até prova em contrário, evidentemente.  Então, se aprende neste momento importante da Casa onde um Vereador quer homenagear uma liderança indiscutível da cidade, um homem que representa uma fração importante da cidade e da sociedade. Temos que permitir que se faça essa homenagem, porque ele integra esse mosaico político, democrático da cidade de Porto Alegre. E por isso apreendo esse momento, como muito importante,  para que nos situemos diante desta questão. Muitas vezes podemos ter objeções no plano ideológico, mas com raríssimas exceções não se pode, e essa é a minha opinião, é um entendimento que tenho firmado há algumas legislaturas e venho mantendo, e naquela oportunidade usei essa expressão, quando não nos permitiam fazer uma determinada homenagem eu bradei desta tribuna que permitam que também nós levemos flores aos nossos mortos. Então, fica aqui a nossa manifestação para dizer que vamos acompanhar o voto para o Presidente da FIERGS. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na verdade, eu não pretendia fazer o encaminhamento deste nome, Dagoberto Lima Godoy, como Cidadão Emérito de Porto Alegre porque não vi necessidade. Mas, diante da extemporânea provocação do Ver. Guilherme Barbosa comparando Dagoberto Lima Godoy a João Pedro Stédile, eu me levantei de lá e vim até aqui para perguntar a quantas anda esta Câmara.

João Pedro Stédile é, na minha teoria, um arruaceiro que anda pelo Brasil afora, homem bastante letrado, economista, nosso conterrâneo, de 43 anos e que exibe a vontade, a necessidade de invadir terras. Ele é autor de vários pronunciamentos provocantes que, até, determinaram que o Governo Federal o interpelasse judicialmente. Esse homem não pode ser cogitado, de maneira alguma, para ser um pretenso Cidadão Emérito de Porto Alegre. Dagoberto Lima Godoy não. Eu o conheci há 15 anos atrás, de calça de brim coringa e de camisa de meia-manga. Homem honesto, filho de um coronel, meu professor de química, o velho Godoy, homem que veio a duras penas se fazendo pelo Estado afora até chegar onde chegou. Não é um improvisado, ele galgou os degraus necessários com sucesso. Não tenho absolutamente nenhuma procuração para defendê-lo e nem pretendia defendê-lo. Apenas me causou repulsa e asco a comparação entre João Pedro Stédile e Dagoberto de Lima Godoy. Não aceito! Disse, aqui da tribuna, à prezada colega Vera. Maria do Rosário, que ela tinha cometido uma infeliz indicação.

Ora, Ver. Guilherme Barbosa, V. Exa. merece todo o meu respeito, tem sido Presidente de minhas Comissões, e estamos juntos há tantos anos, mas, talvez, V. Exa. não saiba que encontrei este homem,  Dagoberto de Lima Godoy, de calças de brim coringa, camisa meia-manga e de sapato maria-mole. Era um homem que vinha por aí, pelo SEBRAE.  Agora, o PT tem uma verdadeira ojeriza por qualquer representação do capital. Eu não tenho ojeriza, e, observe, eu não tenho capital. Acho que a grande solução para a civilização será o dia em que encontrarmos uma fórmula harmônica entre capital e trabalho. Fora disso, só vejo luta, luta e luta; antagonismos, ódios e mais nada, se tivermos a repulsão instintiva ao capital, o que será do mundo? O que será das civilizações, se V. Exa. já eliminou o capital como parcela contribuidora da harmonia internacional?

Então,  Ver. Guilherme Barbosa, respondo a V. Exa.: eu conheci Dagoberto de Lima Godói, um homem simples - repito aqui - um homem modesto, trajava-se modestamente há 15 anos; comparecia aos programas de rádio e televisão - alguns eu dirigia outros não – e, modesta e humildemente respondia às perguntas sobre o SEBRAE.  Ele triunfou. Muito bem, ótimo! Fico prazeiroso em ver que S. Exa. triunfou.

 Hoje em dia, ele representa a indústria do Rio Grande do Sul e, para isso, ergueu um Teatro que é, na verdade, como o Ver. Cláudio Sebenelo se referiu, um orgulho para o Rio Grande do Sul. Está levando à capital ótimas representações teatrais, o que nos dá muita satisfação. Não vejo, pois, nenhuma similaridade entre João Stédile e Dagoberto Lima Godoy, pelo que respondo a V. Exa. e permaneço aqui coerente. Evidentemente, acho que esse homem merece o título. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar como autor.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Ver. Gerson Almeida, competente líder da Bancada do PT. Evidentemente, no meu primeiro encaminhamento, fui muito claro. Dagoberto Lima Godoy é, com muita tranqüilidade, merecedor da homenagem. Não quero fazer nenhuma comparação com outra figura a quem tenha sido proposta uma homenagem. Não entro em mérito, falo apenas para encaminhamento final e definitivo e, conforme encaminhou o Ver. Guilherme Barbosa, na forma mais pacífica possível.

 Ver. Gerson Almeida, não tive intenção de polemizar e, muito menos, de retornar a um assunto que é delicado, que é polêmico e que foi discutido nesta Casa. Nós vivemos exatamente disso, a nossa vida e o nosso trabalho, na nossa Câmara de Vereadores, tem este sentido maior: o de buscar o mérito das pessoas, e nós não queremos nivelar por baixo, buscando deméritos, rivalidades ou hostilizando qualquer Bancada e, muito menos, aceitando qualquer tipo de provocação que possa minimizar a importância de uma proposta que não é de um cidadão, mas, de uma sociedade inteira, que representa um segmento social importantíssimo: a nossa indústria a qual, neste momento, está sendo homenageada.

Por isso, além da pessoa de Dagoberto Lima Godoy, tenho certeza de que a Federação das Indústrias também está sendo homenageada, até porque  é o Presidente da FIERGS, cuja contribuição cultural para a cidade de Porto Alegre é direta. Com todo o respeito à Bancada do PT e à decisão da Casa, a qual me curvo, já houve algumas divergências entre nós, Vereadores, em relação a outras iniciativas. Na semana passada, fiz um discurso a favor de José Rainha, o qual saiu, inclusive, na imprensa de Porto Alegre. Não vejo por que, agora, buscarmos qualquer tipo de hostilidade, ou de dificuldades em relação a um título a um cidadão cuja obra está sendo tão reconhecida na cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)      

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O Ver. Elói Guimarães situou muito bem a questão. Aqui, todos nós temos o direito de homenagear as pessoas que nos confortam, que pertencem a nossa linha de pensamento e de atuação. Eu mesmo, há dias, disse ao Ver. Cláudio Sebenelo que não tinha restrição ao nome do Sr. Dagoberto de Lima Godoy. Esse cidadão é de todos conhecido desde os tempos em que atuava em Caxias do Sul, de onde é natural. Todos nós temos o direito de mudar de orientação, mas, principalmente, somos todos fruto das circunstâncias, e, hoje, o Sr. Dagoberto de Lima Godoy é Presidente da FIERGS. Em termos de Instituição de classe, muitos de nós temos algumas restrições. Não são restrições ao Sr. Dagoberto, mas à entidade de classe que ele representa.

Eu quero tranqüilizar a todos e instar a que votemos no nome do Sr. Dagoberto de Lima Godoy, porque ele teve relações muito fraternas com o PC, e isso lhe dá o direito de transitar, com tranqüilidade, por todos os caminhos e desvãos da nossa sociedade. Portanto, aprovemos o nome do Sr. Dagoberto. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal o PLL nº 107/97. (Após a chamada.) APROVADO por unanimidade, com 24 votos SIM. 

Declaração de votos da Bancada do Partido dos Trabalhadores. (Lê.)

“Votamos  favoravelmente ao título de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Dagoberto de Lima Godoy,  porque entendemos que o Parlamento Municipal deve representar o conjunto das posições políticas na sociedade, sem sectarismos.

(aa) Gerson Almeida, Juarez Pinheiro, Guilherme Barbosa, Renato Guimarães e Adeli Sell.”

Sobre a Mesa Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt, que requer Licença para tratar Assuntos de Interesse Particulares, no dia de hoje. Em votação. APROVADO.

 A Mesa declara empossado o Ver. Gilberto Batista do PFL, que passará a integrar a Comissão de Educação, Cultura e Esportes .

 

    

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 1935/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 121/97, de autoria do Ver. Jocelin Azambuja, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor. Luiz Gerd Pasqualini.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.

     

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA

- Art. 82, § 2º, IV, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Em votação nominal. (Após chamada): 29 votos SIM. Por unanimidade foi  APROVADO  o PLL nº 121/97.

Requerimento, de autoria do Ver. José Valdir, solicitando dispensa do envio às Comissões, da Emenda nº 02, aposta ao PLL nº 237/91.  Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2763/91 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/91, de autoria do Ver. Antônio Losada,  que dispõe sobre a utilização de bens do Município de Porto Alegre e dá outras providências. Com Emendas nºs  01 e 02.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relatora Vera.. Maria do Rosário: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA

- Art. 82, § 1º, VII, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 237/91.  (Pausa.) Encerrada a discussão.  Em votação. O Ver. Antônio Losada  está com a palavra.

 

O SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores. O nosso Projeto 237/91, busca, antes de mais nada, contribuir para a educação comunitária no sentido do aproveitamento dos próprios do Município quando são cedidos, através de permissão de uso, de comodato, ou outra forma qualquer. Então, o nosso Projeto estabelece que a concessão desses próprios do Município sejam, efetivamente, aproveitados e utilizados com a destinação que lhes foram concedidas através do Município.

Nós temos conhecimento de vários próprios do Município que, por diversos motivos, muitas vezes, concedidos por comodato às diretorias de entidades culturais, assistências, esportivas, ou mesmo, comunitárias, se, por um motivo ou outro, se desarticulam e perdem a sua funcionalidade. E, em razão dessas diretorias serem difíceis de ser localizadas, fica difícil para a Prefeitura, para o Poder Público, localizar as diretorias, os conselhos deliberativos dessas entidades, para proceder a retomada desses próprios. Então, desses próprios são fechados, sem o aproveitamento devido. Nós sabemos que a nossa sociedade atravessa um momento difícil, mas o aproveitamento desses próprios, através de creches, de entidades culturais e esportivas, faz-se necessário, e é preciso que essa relação seja estabelecida de uma forma clara.

Então, a nossa proposta é no sentido de que de três em três anos essas entidades que recebem os próprios do Município comprovem a sua funcionalidade  a que foram destinados.

Nós temos a aprovação das quatro Comissões, assim sendo, espero que meus Pares aprovem este Projeto. Muito obrigado.

 

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra, para encaminhar.

    

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é importante o Projeto de Lei do Ver. Antônio Losada sobre a utilização de bens do Município de Porto Alegre. A legalização desta utilização é sempre importante, para não haver distorções no uso dos prédios.

Devemos lembrar aqui da retomada do prédio da UFRGS, que ainda cala fundo em todos nós, porque foi um ato de violência municipal, porque o prédio da UFRGS não foi construído pelo Governo Municipal, não era um próprio do Município. O terreno em que estava assentado foi doado pelo Município, ainda no Governo do Dr. Leonel Brizola à União Gaúcha dos Estudantes Secundários. Lembro-me que fizemos uma Comissão Especial, nesta Casa, a Vera. Clênia Maranhão, o Ver. Pedro Américo Leal e outros participaram daquela Comissão. Lamentavelmente o Governo Municipal acabou por retomar o prédio da UFRGS, na prática foi um ato de força, um ato lamentável contra uma entidade estudantil, que é símbolo para todos nós, de luta, de democracia e de ação política e que por lá passaram grandes lideranças do nosso Estado, que estiveram nessa caminhada de formação de lideranças, que sempre foi o movimento estudantil, e sempre tenho defendido desta tribuna, ao longo dos anos, a importância  do fortalecimento dos grêmios e entidades estudantis.

 Cito esse exemplo da União Gaúcha de Estudantes, que espero, ainda, que o Governo Municipal reveja - e  como o Ver. Losada está preocupado com um aspecto sério, correto, dos bens públicos, que leve também esse pleito ao Sr. Prefeito  Municipal para que reveja essa posição -, porque aquele prédio é uma construção do Movimento Estudantil  do Rio Grande do Sul, da democracia deste Estado e é um símbolo importante e que deve ser devolvido aos estudantes. Se existem divergências entre os estudantes de quais grupos ocupam espaços políticos dentro da entidade, isso é outra história que não se pode misturar. E assim o fez o Governo Federal na  redemocratização ao devolver o prédio da antiga UNE, o terreno  no qual se assentava o prédio da UNE na praia do Flamengo.

 Aqui em Porto Alegre, tivemos uma inversão. O Governo Municipal interveio e deixou apenas um andar  para a utilização da União Gaúcha de Estudantes Secundários e do resto se “adonou”, mas, na nossa maneira de ver, adonou-se ilegalmente. Então, acho que V. Exa. seria importante no sentido de levar esse pleito ao Prefeito Municipal para que se resolva essa questão, que é mais profunda e mais delicada com as nossas instituições democráticas. E o Movimento Estudantil tem que ser preservado e respeitado. Faço essa lembrança aos Vereadores que participaram daquela Comissão, porque ainda está marcada na nossa mente essa ferida  no processo democrático. Se existem divergências políticas, não é assim que se resolve. Espero que o Ver. Antônio Losada, com seu projeto e até a nova constituição da bancada do PT nesta Casa, seja porta-voz desse pleito que foi de toda esta Casa, com exceção da Bancada Governista - não na sua maioria - de que o prédio da UGES pertença ao movimento estudantil. Pode ser quem sabe que com as relações do Dr. Brizola com o Lula facilite em respeitar a decisão da democracia, mas quem sabe, possam-se respeitar as instituições, que representam símbolos da nossa democracia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Ruas solicita votação nominal. (Após a chamada.)  APROVADO o Projeto nº 237/91, por 28 votos SIM.

 Em votação a Emenda nº 01, aposta ao PLL nº 237/971 (Pausa.) Os senhores Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADA .

Em votação a Emenda nº 02, aposta ao PLL nº 237/91. Os senhores Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

  

VOTAÇÃO

 

PROC. 0811/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 015/96, que autoriza a alienação de imóvel sito na Rua Dr. Alberto Viana Rosa, lote nº 11, da Quadra 06, Matrícula 67.389 do Registro de Imóveis da 3ª Zona, e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nereu D'Ávila: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. José Valdir: pela aprovação da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA

- Art. 82, VIII, da LOM;

- adiada a votação por cinco Sessões.               

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra,  para encaminhar.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse é um Projeto de Lei aparentemente simples. A atuação do Poder Legislativo, através do Líder da Bancada do PSDB, o Ver. Antonio Hohlfeldt, possibilitou que aperfeiçoássemos esse instrumento legislativo e não inviabilizássemos, assim, esta alienação, ou seja, a realidade fática da área discrepava do Registro de Imóveis. Nesse sentido, ficava prejudicada a aprovação nos termos em que constava. Com a alteração, submetida ao Registro de Imóveis, fazendo com que a questão fática ficasse adequada à questão de registro cartorial, a situação foi superada e o Projeto está em condições, com a Emenda, de ser votado por este Plenário. A Bancada do PT vota a favor e pede que as demais Bancadas assim o procedam. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, por solicitação do Ver Reginaldo Pujol (Após a chamada.) APROVADO, por unanimidade, o PLE nº 015/96, por 30 votos SIM.

Em votação a Emenda nº 1 aposta ao PLE nº 015/96. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 3209/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 179/96, de autoria do Ver. Henrique Fontana, que denomina Rua Beth Sangoi um logradouro público localizado junto ao nº 3850 da Estrada João de Oliveira Remião, no Bairro Lomba do Pinheiro. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Carlos Garcia: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento de autoria do Ver. Renato Guimarães solicitando o adiamento de votação por uma Sessão, do PLL nº 179/96. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO.

 

VOTAÇÃO

 

PROC. 0648/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 021/97, de autoria da Vera.. Anamaria Negroni, que autoriza a construção de crematórios para incineração de cadáveres de animais e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela rejeição do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto;       

- da CEDECONDH. Relator Ver. Hélio Corbellini: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- adiada a discussão por três Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação Requerimento de autoria da Vera. Anamaria Negroni solicitando o adiamento de discussão por duas Sessões do PLL nº 021/97. (Pausa.) Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.(Pausa.) APROVADO.

 

                 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

 

PROC. 0794/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/97, de autoria da Vera. Anamaria Negroni, que altera dispositivo da Lei nº 3790, de 05 de setembro de 1973, e dá outras providências (cor dos táxis).

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Cyro Martini: pela aprovação do Projeto;

                  - da CEFOR. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela rejeição do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela rejeição do Projeto.

 

Observações:

- adiada a discussão por cinco Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Sobre a Mesa Requerimento da Vera. Anamaria Negroni para que o Processo nº794/97 - PLL 27/97 seja retirado de tramitação.

 

O SR. PEDRO RUAS (Esclarecimento) : Tendo a Vereadora desistido, precisa submeter ao Plenário?

 

O SR. PRESIDENTE: Há três Pareceres, Vereador.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Como são os Pareceres, Sr. Presidente?

 

O SR. PRESIDENTE: Um pela aprovação e dois pela rejeição. Em votação. (Pausa) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade, a retirada de tramitação do PLL nº 27/97.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1356/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/97, que autoriza a alienação de sobra de terreno pertencente ao próprio municipal, proveniente da abertura da Av. Assis Brasil, à Reitz Indústria Mecânica Ltda.

 

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA, Art. 82, § 1º, VIII, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Em discussão o PLE nº 016/97. Em votação.(Pausa.) Os  Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

                                         

PROC. 1741/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/97, que cria função regida pela Consolidação das Leis do Trabalho, pertencente ao Quadro Celetista em Extinção, na Administração Centralizada do Município e dá outras providências.

 

Pareceres

                  - da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Vera. Anamaria Negroni: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, III, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, o PLE nº 021/97.

Requerimento nº 221/97, dos Vers. José Valdir e Anamaria Negroni, solicitando autorização para viagem a Brasília, para audiência  com o Ministro dos Transportes,  Eliseu Padilha, diária de um dia e passagem.

O motivo é o processo de negociação dos moradores da Vila dos Ferroviários. O processo é encaminhado pela CUTHAB.

Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam  permaneçam sentados. (Pausa. ) APROVADO.

Requerimento nº 219/97, de autoria do Ver. Paulo Brum, que solicita autorização  para representar esta Câmara Municipal no Seminário " Portador de Deficiência, Portador de Cidadania", que  se realizará  no Auditório Nereu Ramos, Anexo  2, da Câmara dos Deputados em Brasília, nos dias 24 a 26 de setembro do corrente  ano.

 

O SR. JOÃO DIB:  Vou votar favoravelmente, mas fui discriminado.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)  APROVADO o Requerimento nº 219/97.

Requerimento nº 218/97, de autoria da Ver. Pedro Ruas, solicitando  que seja realizada Sessão Solene  destinada a homenagear os 25 anos de atividade da  Editora Síntese, em 4 de dezembro de 1997. Em votação.(Pausa.)  Os Srs. Vereadores que  o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento, nº 220/97, de autoria da Vera.. Maria do Rosário, Presidenta da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, que solicita Moção de Protesto  pela extinção do DECON, Departamento de Polícia  do Consumidor, com o apoio da Vera.. Teresa Franco, Fernando Záchia e Hélio Corbellini.

A Vera.. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar como autora.

 

O SRA. MARIA DO ROSÁRIO:  Sr. Presidente, Ver. Reginaldo Pujol,   eu quero, na verdade, chamar a atenção dos meus colegas do sentido desta proposição e de que ela é assinada pela Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos desta Casa. Quero dizer que na última semana fomos levados a um posicionamento acerca desta questão pelo chamamento da Vera.. Tereza Franco e do Ver. Leão de Medeiros. A Comissão, pautada por esses Vereadores, reuniu-se na última quinta-feira com representantes do DECON, do PROCON, com entidades de defesa dos consumidores, e também esteve presente o  Ver. Cyro Martini. O Ver. Leão de Medeiros ocupava, naquela oportunidade, uma cadeira nesta Casa, já que a Vera.. Tereza Franco encontrava-se em licença para tratamento de saúde. Debatemos exaustivamente a questão e chegamos à seguinte conclusão, que já foi abordada aqui desta tribuna, no início da tarde, pela Sra. Edy Mussoi e também pelo Ver. Luiz Braz: não se encontra justificativa para a extinção do DECON.

 O DECON, Srs. Vereadores, trabalha, na verdade, com três delegacias, uma delas voltada à economia popular, a segunda voltada à segurança, do ponto de vista da saúde e do  meio-ambiente, e a terceira voltada para investigar e desenvolver processos, inquéritos acerca de crimes cometidos contra a Fazenda Pública. Vejam, Srs. Vereadores, que a extinção pura e simples  deste órgão pelo Governo do Estado estabelece um vácuo em relação ao poder de polícia do próprio Estado, em crimes cometidos não somente contra o consumidor, mas contra a Fazenda Pública. E neste momento em que nos debatemos com problemas tão graves, presentes permanentemente, de sonegação de impostos, sem dúvida, há valor inestimável em mantermos e até mesmo fortalecermos a estrutura do DECON, que conta, nos dias de hoje, com tão somente 36 funcionários e com dois delegados, no máximo.

 Digo aos Senhores que não se trata de uma instituição pública que esteja utilizando demasiadamente funcionários ou recursos públicos. Atende 24 horas e está previsto no Código de Proteção e Defesa do Consumidor que o Estado manterá delegacias específicas, divisões específicas de proteção aos consumidores. Agrego outro argumento: num tempo como o que estamos vivendo, da chamada globalização, de fronteiras abertas, em que os últimos governos e o atual tantas e tantas vezes colocam-se perante a sociedade  com o discurso de que modernidade são essas quinquilharias que vêm de todos os lugares do mundo, ingressando aqui dentro, ferindo vilmente, muitas vezes, a indústria nacional, num tempo como esse o consumidor mais e mais está desprotegido. É um tempo em que é fundamental  o esclarecimento do consumidor, e  esse esclarecimento se dá pelo PROCON. O trabalho preventivo se dá pelo PROCON, mas, Srs. Vereadores, o trabalho de polícia só pode ser dado pela polícia, não pode ser dado por quem não está investido de poderes de polícia. E, portanto, a extinção do DECON é equivocada neste momento.

Nós não entendemos, Srs. Vereadores, como isso pôde acontecer; no pacote da Segurança Pública, foi enviada para Assembléia Legislativa a extinção do DECON. Lá houve um acordo, Ver. Luiz Braz, e o Líder do Governo, Dep. Paulo Odone, inclusive assinou e foi signatário da Emenda incluindo o DECON para ser mantido na Lei. E o Governador do Estado a vetou.

Na verdade, nós, em nome da Comissão, estamos fazendo um protesto, assinado por todos Vereadores da Comissão, inclusive o Ver. Isaac Ainhorn concordou, só não assinou porque não estava presente no momento, mas temos a sua concordância expressa acerca  dessa matéria, tendo posicionamento contrário à extinção do DECON. E o que estamos propondo é que a Câmara se  pronuncie como um todo, porque uma Comissão tem um poder determinado. A Câmara se posicionando e estabelecendo uma moção, nós a enviaremos, e  será a  nossa proposta ao Sr. Governador do Estado para que reconsidere a respeito do assunto, à Secretaria de Segurança para que faça o diálogo, dentro do Governo do Estado, e aos Srs. Deputados expressando nosso posicionamento.

Também foi trazido pela Sra. Edy Mussoi a necessidade de o Município desenvolver o obra de defesa do consumidor. E quero dizer que esta também é a deliberação da  Comissão de Defesa do Consumidor. Estamos fazendo carta ao Sr. Prefeito Municipal dizendo que precisamos ampliar os organismos de defesa do consumidor e colocar em Porto Alegre, em prática, a legislação de proteção ao consumidor, inclusive com órgão municipal. Uma coisa não invalida a outra. Obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Devido à presença de algumas autoridades religiosas na Casa,  consulto o Plenário , já que se trata de uma  situação não prevista no Regimento, se suspenderíamos a votação dos Requerimentos neste momento, e retomando-a  logo após.

 

O SR. PEDRO RUAS (Questão de Ordem): Pela Bancada do PDT a sugestão é de que haja suspensão dos trabalhos.

 

O SR. PRESIDENTE:  Interpretando o silêncio dos de mais, entendo que todos concordam que suspendamos a discussão por alguns minutos para que possamos receber a visita das autoridades religiosas, que serão anunciadas pelo Presidente da Casa, de acordo com inc. IV do Art 163 do Regimento.

Temos o prazer de convidar para compor a Mesa o Pai Cleon de Oxalá e a Mãe Olga do Alaketo, Yalorixá da Bahia.

A Mesa, através da sua Presidência, quer agradecer imensamente a visita que esta Casa recebe, ao mesmo tempo em que agradece aos Srs. Vereadores, em especial à Vera. Maria do Rosário, pois, neste momento, foi suspensa a votação de um projeto de autoria. Continuaremos com os encaminhamentos logo a seguir, depois de recebermos o axé!

Solicito ao que foi um  dos Vereadores que proporcionou esta visita,  Ver. Nereu D' Ávila, que faça, em nome da Casa, fazer uma breve saudação a tão ilustres convidados.

Estávamos conversando, em meu gabinete, e fiz questão de trazê-los até aqui. Eu, como Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, recebi uma homenagem do Reino de Oxalá do Pai Cleon e queria agradecer-lhe mais uma vez.

O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente, Sr. Secretário Paulo Brum, Exma.  Yalorixá, Olga de Alaketo, nosso conterrâneo Pai Cleon de Oxalá,  Senhoras e Senhores., colegas Vereadoras e Vereadores, esta Câmara sente-se honrada com a presença da Mãe Olga de Alaketo, hoje considerada a maior Yalorixá do Brasil. Ela é uma legitima substituta da Mãe Menininha do Cantuá, e tem, no norte e no nordeste, uma verdadeira adoração.

É interessante  falar-se  a respeito da presença da Mãe Olga de Alaketo  no Rio Grande do Sul,   porque, há poucos dias,  aqui estiveram  cinco personalidades de Pernambuco, inclusive dois professores da Universidade de Recife, uma antropóloga,  porque no 5º  Encontro Afro-Brasileiro realizado em  Salvador, Bahia, o Pai Cleon de Oxalá falava sobre a religião afro-umbandista no Rio Grande do Sul.  Surpreendeu-se, de certa forma, o nordeste, que é formado em sua maioria absoluta de negros, com o fato de que aqui no Estado sulino, onde há descendentes de italianos, alemães, poloneses, uma mescla de etnias muito grande,! houvesse a religião africana, que também é chamada de Nação, porque adotou o ritual de nações africanas, como, por exemplo, a adotada pelo Pai Cleon, que é a Cabinda, e outras como o Jeje-Nagô, Oió, além de tantas outras.

Essa antropóloga nos falava, há cerca de uma semana, da surpresa dela em verificar a beleza do batuque gaúcho e de como os negros aqui tinham incorporado esse culto afro-brasileiro. E agora, com a presença da Mãe Olga de Alaketo, reafirma-se aqui a consideração de que o Norte e o Nordeste, como  na Bahia onde  o Candomblé, que é o similar do batuque gaúcho, só muda o nome, assim como em Pernambuco se chama Xangô, no Maranhão, Tambor de Minas, na verdade, são  rituais afro-brasileiros com pequenas modificações.

A presença da Mãe Olga de Alaketo, uma legenda da Bahia, no Nordeste e Norte brasileiros, muito honra a terra gaúcha. Já é a segunda vez que ela visita o Rio Grande e verifica in loco como a religião afro-umbandista está disseminada aqui.

Eu diria, e estou convencido disso, que a religião afro-umbandista, o culto afro-brasileiro  no Rio Grande, principalmente, está servindo como reafirmação do negro, já que ele ainda está completamente excluído da sociedade.

Agora, a Deputada Marta Suplicy conseguiu aumentar de 20 para 25% a quota de participação da mulher nas chapas proporcionais; é uma conquista excepcional, só que nós precisamos dessa conquista também para os negros.

Nos Estados Unidos, onde formos buscar essa questão das quotas, verificaremos que antes de ser dado para as mulheres, foi para os negros, o que aqui não está ocorrendo. Na sociedade americana, pelo que se vê nos filmes e quando se vai lá, é que, quando um negro tem uma limousine ou quando uma negra usa um diamante no dedo, todos se surpreendem. Mas, foi porque a sociedade fez o que se faz aqui com as mulheres que proporcionou  que os negros saíssem dos porões e emergissem para a sociedade e participassem,  não só da política,  mas de  outros setores.

Nos Estados Unidos, quando se adotaram as placas, nos próprios concursos públicos tinha que haver a participação efetiva de negros e de mulheres para que pudessem igualar-se aos demais setores da sociedade dominantes. Quero ressaltar, Mãe Olga, que a sociedade de Porto Alegre colocou, aqui na Câmara, uma negra, excluída, sofredora, que até prostituta foi. Os caminhos da negritude passam, como já disse, pelos sacrifícios, pelos porões e pelas exclusões da sociedade, mas, aqui em Porto Alegre, com mais de seis mil e quinhentos votos, a sociedade colocou uma negra como sua representante na Câmara, o que muito nos honra. É uma colega excelente, que tem o nosso maior respeito, a carinhosamente chamada "Nega Diaba".

Então, a Câmara tem uma representante negra, mas é pouco. Dentre os 31 deputados que o Rio Grande do Sul tem em Brasília não há um negro sequer. Na Assembléia também não há nenhum negro.

Há, então, que levantar essa bandeira: quotas para as mulheres, sim, mas os mesmos direitos devem ser dados aos negros. Honra-nos, Mãe Olga de Alaketo, a nós do extremo sul, a sua presença. Leve aos baianos a certeza de que estamos atentos, de que não estamos omissos, de que estamos na luta social pela reafirmação do negro na sociedade gaúcha. Muito obrigado. (Palmas)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Temos a satisfação de ter, também, na Mesa - o que muito nos honra - a Sra. Jocenira Francisca Barbosa Pereira, filha de Olga Francisca Reis, a Mãe Olga de Alaketo. A Sra. Jocenira diz-nos que tem 23 anos de trabalho na Prefeitura de Salvador. O axé que a Presidência ganhou é o axé da força.

A Mãe Olga do Alaketo, Sra. Olga Reis, está com a palavra.

 

A SRA. OLGA REIS: Boa tarde. Senhores e Senhoras, eu agradeço a homenagem que o "chefe" está-me fazendo e também ao Cleon, que é meu filho e que, por segunda vez, me convida para vir aqui. O meu trabalho, no Brasil, é fazer história, representando o Brasil, lá fora. Então, esse é o meu trabalho como negra. Acho que este negócio de negros e brancos é uma coisa diferente. Porque o negro é gente, o branco é gente. O que depende é a educação, em primeiro lugar. Em segundo lugar, a cabeça. E o coração deve ser bom. É isso que é a cor, é o que acho, no Brasil  e é o que faço, histórias em todos os cantos que ando.

 Então, vou fazer aqui uma reunião com médicos, padres, pais e mães de santos, dizem que não somos nem pais, nem mães, servimos a um Axé. Pedimos aos Orixás conforto, paz.  Eu sou católica, também peço a Nossa Senhora e ao Santíssimo Sacramento que me dê orientação e paz. Tenho a educação doméstica que minha família me deu, vivemos felizes, em paz. Agora, estou disposta a responder perguntas que quiserem fazer. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Pai Cleon está com a palavra.

 

O SR. PAI CLEON:  Sr. Presidente, se me permite, queria que a Mãe Olga desse a sua bênção em africano a todos os Srs. Vereadores, pois os admiro muito pelo trabalho que fazem pela nossa Cidade, e pelo apoio que nos dão dentro dos cultos afros, que sou um dos representantes, com  muita fé e muita força dentro dos cultos afros do Rio Grande do Sul. Quero dizer, ainda, que sou uma daquelas pessoas que levo o nome do Rio Grande do Sul no coração por todo o Brasil, e também no exterior.  (Palmas).

 

A SRA. OLGA REIS: O meu nome de família é Olga Francisca Reis. A minha descendência vem de Keto, que agora chamam de Beni, que é o pessoal do Reinado de Mina Santé. Está no Brasil há trezentos e poucos anos. Chegou para mim esta coroa que não pude deixar de trazer.

 

 (Dá a bênção em Língua Africana.)

 

Tanto da parte dos Orixás, como da parte familiar, eu desejo a todos que me ouvem o que vou traduzir em Língua Portuguesa:

"Peço a Jesus Cristo e ao Santíssimo Sacramento que dê muita força e coragem a vocês para viverem como Vereadores, e a ele como Chefe. para que vivam com a união, pois com união todos têm paz. Não há branco, nem negro. O que resolve é o cérebro, é o coração e a energia que a pessoa tem para trabalhar e fazer o bem. É isso que resolve. A todos desejo boa sorte e  muita paz".

Sou mãe de oito filhos, criados. Todos estão aqui, como esta, que é uma “chefe” na Prefeitura, os outros todos estão bem empregados, todos têm o diploma, e nós vivemos para isso: para o agradecimento aos nossos filhos de sangue e nossos filhos de Orixá. É isso que se faz no mundo inteiro.

Muita paz e felicidade! Que o senhor do Bom Fim nos livre das tentações e desastres, de raptos e maldades, e da morte do povo, como está acontecendo. Temos que pedir isso a Deus de dia e à noite para viver a vida descansados. Muita energia. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em nome dos Vereadores eu só posso dizer Amém! Agradecemos mais uma vez a presença da Mãe Olga e do Pai Cleon e dos nossos visitantes. Suspenderemos a Sessão para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h58min.)           

 

O SR. PRESIDENTE (17h05min): Retornamos à Ordem do Dia com o encaminhamento do Requerimento nº 220/97, Moção de Protesto pela extinção do DECON.

A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra,  para encaminhar.

 

A SRA. CLÊNIA  MARANHÃO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. O Ver .Leão de Medeiros externou na Sessão passada a sua preocupação com a questão da extinção do DECON, trazendo, inclusive, um importante documento descrevendo as responsabilidades desse órgão. Acho que é uma preocupação justa que esse órgão tem que ter. Tenho- me colocado na defesa do DECON,  como órgão fundamental para a defesa do consumidor.  Porém o fato de a Vera.  Maria do Rosário dar o informe na tribuna de que a Comissão de Defesa do Consumidor, a qual ela preside, tem uma preocupação com a defesa do consumidor e encaminha uma Moção de Protesto pela  extinção do DECON, é no mínimo cômico. Ou subestima a inteligência das pessoas,  ou subestima a memória política desta Casa, porque esta Casa,  durante anos a fio,  lutou  por uma política de defesa do consumidor em Porto Alegre. O Vereador na época, atual  Dep. Divo do Canto, quando presidia a Comissão de Defesa do Consumidor, Comissão da qual eu era Vice-Presidente, promoveu o  debate de um projeto de minha autoria, envolvendo todas as entidades de defesa do consumidor desta Cidade e  convidou entidades do interior do Estado. Nós realizamos audiência pública com a presença do Secretário da Indústria e Comércio que discutiu o projeto de criar o Sistema do Consumidor em Porto Alegre, sugerindo  uma unificação desse projeto que foi aceita por esta Casa.

Foram grandes debates feitos com o Executivo e com órgãos de defesa do consumidor. A bancada governista assumiu um compromisso de enriquecer essa proposta e participar plenamente do processo de discussão. Esta Casa aprovou um Projeto de Lei que criava um PROCON, um sistema de defesa do consumidor do município. Esse Projeto, apesar da participação  e do compromisso do Executivo, foi vetado pelo Prefeito Municipal. Voltou para esta Casa e depois de amplo debate foi derrubado o veto do Sr. Prefeito. Depois, a lei voltou para ser sancionada. Não tendo mais recursos, o Prefeito do PT apelou e derrubou na Justiça a decisão desta Casa.

 Agora, a Ver. Maria do Rosário está dizendo que, enquanto Presidente, vai fazer um ofício para que a Prefeitura de Porto Alegre crie um PROCON! É muito estranho, porque é um projeto novo que está em discussão e do qual ela participou, sua bancada se comprometeu, o Executivo confirmou e negou a questão. Afinal, a questão de uma política pública de defesa do cidadão de Porto Alegre tem que ser vista do ponto dos interesses da Cidade ou tem que ser analisada pelo Executivo de acordo com a bancada do Vereador que faz a proposta? Essa é a questão política que tem que ser avaliada no momento, porque como Porto Alegre não tem um PROCON, por uma questão exclusivamente política, que encaminhe para a Delegacia do Consumidor os interesses dos consumidores de Porto Alegre, a população de Porto Alegre tem ficado extremamente prejudicada.

Então, é realmente muito difícil defender o DECON quando Porto Alegre é uma cidade que tem sido pioneira na defesa de políticas públicas e que represálias tenham surgido por interesses inexplicáveis prejudicando os interesses dos cidadãos  de Porto Alegre na área de defesa do consumidor. Isso constitui um grande prejuízo  na economia popular deste Município. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar a Moção de Protesto.

 

O SR. JOÃO DIB:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse pobre e desinformado consumidor já estava quase alegre, porque descobriu que a solução para um dos seus problemas era procurar a Delegacia do Consumidor, e a essa preocupação em que ela não seja extinta eu me somo, e digo por quê.

  Recentemente, num desses tantos programas de televisão, anunciavam dois objetos que me interessaram, e eu entendi que o preço era razoável e resolvi pedir, por telefone, os dois produtos. O primeiro produto custava  R$ 110,70, eu mandei buscar, paguei antes e recebi.  Para minha surpresa, verifiquei que fui lesado, que o Governo foi lesado e só se beneficiaram os homens da televisão e os que venderam o produto. O produto de R$110,70 vinha com uma nota de R$55,35, pagando 18% de ICMS. Os outros R$55,35 eram pagamento pela embalagem e pelo frete. Só que a embalagem era original de fábrica, e nem ao menos papel de embrulho colocaram em torno dela para dizer que foi embalado, e o frete não poderia custar R$55,35, como ocorria. Mas, na  verdade, sobre os R$55,35 eles pagam 2% de ISSQN. O outro produto foi a mesma coisa, era R$70,00, sendo R$35,00 o produto e R$35,00 foi a embalagem e o frete. Repete: 18% nos primeiros  R$35,00 e 2% nos outros R$35,00. E o pior de tudo é que eu vi, aqui  em Porto Alegre, o produto que eu comprei por 110 reais, por 60 e alguns reais.

 Então, eu preciso ir na Delegacia do Consumidor e quero que ela não seja extinta, até porque ela é útil, até porque agora que eu descobri aonde eu tenho que ir, não pode encerrar as atividades. É preciso que ela continue atendendo a população e o País. Vejam bem o que fazem os malandros internacionais, porque isso é produto que vem de fora: metade é o custo, e sobre este ele paga imposto normal. o outro, ele rouba do povo brasileiro mal-informado, mal-assessorado, mal- atendido, e rouba do Governo do Estado, no caso de São Paulo ou do Rio ou do Rio Grande do Sul.

Então, é preciso que a Delegacia do Consumidor continue e é esse o apelo que faz a Comissão da Vera. Maria do Rosário, ao qual a minha Bancada se filia integralmente. Sucesso na sua caminhada, porque eu, pelo menos, pretendo ir à Delegacia do Consumidor com as minhas notas para mostrar o que acontece de vigarice neste País. Saúde e paz!  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja,  para encaminhar

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, encaminho pela Bancada do PTB.

É importante que nós relembremos que a Delegacia do Consumidor, até por honra e orgulho de todos nós, foi uma instituição criada na administração do Delegado Leão de Medeiros, Vereador desta Casa, que tão bem trouxe a questão a esta Casa, quando o Governo Estadual pensa, de forma errônea, na extinção desta Delegacia.

Claro que sabemos que temos deficiências policiais no nosso Estado, claro que sabemos que existem deficiências de delegados de polícia, temos inúmeros municípios no Rio Grande do Sul sem delegados, como temos, também, sem juizes titulares, mas um fato não pode justificar o outro.

 O fato de não termos delegados ou pessoal suficiente na estrutura policial do Estado, não significa que possamos abrir mão de uma delegacia de extrema  importância para a sociedade, principalmente nos dias de hoje, em que se luta neste País para a estabilização da moeda, para que o consumidor seja respeitado e tenha os seus direitos respeitados. Mais do que nunca, neste momento que vive a Nação brasileira, precisamos preservar instituições tão importantes, assim  como vinha sendo - apesar de suas deficiências - a SUNAB, que cumpria um papel em nível do Estado do Rio Grande do Sul, e também a Delegacia do Consumidor. Talvez num outro estágio de equilíbrio da sociedade, da economia e da educação brasileira, pudéssemos prescindir de órgãos desse tipo, para termos  só a ação do Poder Judiciário e da própria estrutura comunitária como conselhos de defesa do consumidor. Mas no atual estágio da vida brasileira, não podemos, ainda, prescindir de órgãos  como esse, como é o caso da Delegacia do Consumidor.  Parece-me que o Governador do Estado não foi bem informado pelas autoridades policiais da importância da Delegacia do Consumidor e esteja ocorrendo, então, esse fato, que é negativo para nós, porto-alegrenses, e para o Estado do Rio Grande do Sul. Precisamos  fazer chegar ao Governo do Estado, e essa tem sido a iniciativa e a manifestação do Ver. Leão de Medeiros que agora foi corroborada pela Comissão através da Presidente Vera.. Maria do Rosário e demais componentes da Comissão, uma maneira de mostrar a importância  de mantermos a Delegacia do Consumidor. Esse é o eixo principal da nossa questão. Temos na Casa um Vereador que conhece tudo sobre a  matéria, que constituiu a própria Delegacia e, mais do que nunca, o  Ver. Leão de Medeiros sabe da importância de preservarmos o DECON. E agem corretamente os demais Vereadores e a Comissão quando  buscam de uma forma política positiva, chamar a atenção do Governo do Estado  sobre a necessidade de preservarmos a  Delegacia do Consumidor.

  Faço essa referência importante ao momento da economia brasileira. Aqueles que são favoráveis, ou contrários, à política monetária e econômica instituída no País,  não podem abrir mão, hoje, de órgãos dessa qualidade como é, no caso, a Delegacia do Consumidor e outras  delegacias do País. Mais do que nunca o Governo do Estado deve ser sensibilizado para esse fato de que não podemos, neste momento, neste estágio da vida brasileira, abrir mão, no Rio Grande do Sul da Delegacia do Consumidor. Nós encaminhamos favoravelmente por parte dos Vereadores do PTB.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  A Vera. Maria do Rosário está com a palavra. Esclarecemos que  a Vera.. falou, na primeira vez, como Presidente da Comissão e como primeira signatária do Requerimento, tendo o direito resguardado  pelo Regimento e  fala, agora, como representante do Partido.

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, volto a esta tribuna somente porque penso que a Vera. Clênia Maranhão foi muito injusta na sua proposição. Permita-me dizer isso com muita tranqüilidade. O meu primeiro pronunciamento foi em nome de uma Comissão, e todos os ataques que a Vereadora fez desta tribuna não fez a esta Presidência, mas à Comissão. Nós procuramos, na Comissão, com a presença do Ver. Leão de Medeiros e ainda do Ver. Cyro Martini, trabalhar o interesse comum.

 Para nós não foi uma abordagem partidária foi uma abordagem plural e do interesse de fato do consumidor, e tomamos duas deliberações: a primeira delas, que uniu a todos, contrariamente à extinção do DECON que é uma instituição que atendeu, no primeiro semestre de 1997, cerca de 4504 intimações expedidas, 6258 consumidores, registrou  cerca de 2000 mil ocorrências, investigou 1419 situações, ou seja, buscou a conciliação em tantas outras, levou a penalização a outras. A primeira determinação da Comissão foi esta contra a extinção do DECON.

 A segunda, e ocupo o tempo do meu Partido, lamentavelmente, para poder explicar essa situação, com a autorização dos membros da minha Bancada, porque procuraríamos o Executivo Municipal no sentido de estabelecimento de órgãos municipais de proteção ao consumidor com uma deferência da Comissão. Quero dizer que, mesmo que o Município de Porto Alegre estabeleça um órgão de proteção ao consumidor,  ele não terá papel de polícia. Ele não será uma delegacia. Temos que ver o papel constitucional de cada uma das esferas. E é privativo do Estado o papel de polícia. Isso é constitucional. Não estamos aqui, algumas vezes, como fez a Ver. Clênia Maranhão, no meu modo de ver injustamente, jogando argumentos ao Plenário de que precisamos ter um órgão municipal, quando, na verdade, não adianta ter órgão municipal se não tiver uma esfera policial, uma estrutura de polícia, uma esfera policial no sentido do enfrentamento da sonegação. São instituições distintas os PROCONS e DECONS.

 Portanto, Senhores Vereadores, não vamos nos investir primeiro da proposição de proteção do Governo do Estado, e depois do interesse do consumidor, ou se diga isso. Se  primeiro eu defendo a atitude do Governador, então, claramente apresento a proposição favorável ao Governador, porque querer transferir as responsabilidades aos municípios, quando constitucionalmente o papel de polícia é do Estado, é querer abandonar os consumidores e desrespeitar o Código de Defesa do Consumidor, que não tem proprietário. É uma responsabilidade de todos nós. Existe comissões permanentes tratando da matéria. Estamos apresentando o que está previsto como atribuição do Estado, que talvez o Governo não tenha lido ou faltou alguém do Partido do Governo para dizer ao Governador.(Lê.) 

“Da Política Nacional de Relações de Consumo. Art. 5°, parágrafo 3°, criação de delegacias de polícias especializadas para atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo.”

 O Ver. João Dib é um consumidor vítima dessa infração. Está claríssimo como água limpa. Existe um papel de polícia que precisa ser feito, o Código de Defesa do Consumidor garante isso, e o  Estado está querendo se omitir frente a isso. Queremos que o Município desenvolva política, sim, mas temos certeza de que é preciso que o Estado mantenha os 36 funcionários públicos, que não serão demitidos, obviamente, aqui, atendendo. Então, eu quero agradecer a todos os Senhores, dizendo que lamento, inclusive,  ter voltado e que espero que a Vera.. Clênia Maranhão tenha entendido as nossas colocações, vote favoravelmente, e, também, sensibilize o seu Governador acerca dessas questões, que são muito importantes e que vão além das nossas indignações pessoais na tribuna; são muito mais de acordo com o interesse da nossa gente, do nosso povo. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, por solicitação do Ver. Clovis Ilgenfritz, o Requerimento nº 220/97, de autoria da Vera.. Maria do Rosário. (Após a chamada.) 19 votos SIM. APROVADO o Requerimento.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO:  Requerimento, de autoria do Ver. Luiz Braz, solicitando seja considerado em Regime de Urgência e submetido à Reunião Conjunta  da CCJ, CUTHAB, e CECE,  o  PLCL nº15/97.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para encaminhar em nome do PT.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a matéria  que pode ser vista inicialmente como uma questão singela é  uma questão importante, porque envolve quase uma centena de projetos de lei que tramitam nesta Casa durante o ano legislativo. O Ver. Luiz Braz, queremos aqui reconhecer, aceitou o apelo que fizemos a ele de que retirasse o Art. 81 de uma matéria que reputamos de muita importância porque envolve a vida de milhares de moradores e cidadãos desta Cidade.

 Em resumo, o Ver. Luiz Braz está se insurgindo com a alteração que sugere contra a forma hoje estabelecida pela Lei Complementar  nº 320/94 que estabelece requisitos extremamente difíceis de serem alcançados para que um logradouro público tenha a sua denominação alterada. Nesse sentido,  Sua Excelência  propôs um projeto de lei que muda a  regra e a necessidade da existência de plebiscito. Fizemos ver a nossa visão ao nobre Vereador Líder da Bancada do PTB de que uma matéria de tamanha importância ser apreciada com o art. 81, sem um mínimo de análise por uma Comissão, que, talvez, significasse passar uma matéria de realce sem uma análise mais acurada deste Parlamento.

Nesse sentido, S. Exa. retirou o art. 81 e pediu a urgência possibilitando que seja formada uma Comissão. Nós já concitamos que o nobre Ver. Décio  Schauren, autor da Lei,  participe, se possível até como relator dessa matéria, para que possamos ter o cuidado de não aprovarmos aqui uma legislação que pode mais adiante, nos trazer dificuldades.

O Ver. Luiz Braz  sugere outros requisitos que não o plebiscito, como por exemplo, a concordância de 60% dos moradores, mas é preciso que nós venhamos a precisar muito bem, analisar com calma porque são inúmeros os projetos que vão, a partir deste momento, tramitar nesta Casa dispondo sobre esta matéria e nós precisamos ter a devida cautela. O Vereador disse que aceitaria se tivesse emendas, se houver substitutivo, enfim, ele está, com esse gesto, possibilitando o debate. Só faço uso desta tribuna para chamar a atenção da importância da matéria. Nesse sentido, quero agradecer a sensibilidade do Vereador que retirou o art. 81. A Bancada do PT vai votar favorável  ao requerimento da retirada do art. 81. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, com a palavra o Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o que nós queremos, Ver. Nereu D’Ávila, com quem eu discutia esta matéria, é tornar possível  a alteração de nomes de logradouros. A legislação atual, que é um Projeto de Lei de autoria do Ver. Décio Schauren, aprovado por esta Casa,  joga para o plebiscito. A lei do plebiscito, que aprovamos nesta Casa, é uma lei impossível, inconstitucional, que forma uma comissão com componentes do Ministério Público, da Brigada Militar, de órgãos que não pertencem à alçada do Município. E mais: a lei do plebiscito faz com que ele só possa se tornar viável  nos anos de eleição. E faz com que a despesa do plebiscito  seja da Câmara Municipal. E faz com que o plebiscito seja feito em toda a Zona Eleitoral onde será realizada a mudança do nome do logradouro. Ora, para mudarmos o nome de uma rua em qualquer lugar em nossa Cidade temos que fazer um plebiscito em toda a Zona Eleitoral, que é muito grande: teriam que ser consultadas, no mínimo, 60 mil pessoas.

Por isso resolvemos colocar essa proposta, não como definitiva, como algo acabado, mas para que os Vereadores possam analisar. Eu conversava com o Ver. Décio Schauren, que é autor da lei que temos em vigor, para que ele mesmo pudesse oferecer novas sugestões.

Quero que tornemos possível fazer alterações. Não as quero tornar fáceis, mas que sejam possíveis as alterações de nomes de logradouros.  Essa proposta que estamos fazendo, de 60% de consulta dos moradores do local,  não é definitiva, os Vereadores podem oferecer propostas alternativas para tornar viáveis os desejos de determinadas comunidades de fazer alterações em nomes de ruas. Temos várias comunidades que querem fazê-las, mas não podem.

O Ver. Nereu D'Ávila me perguntou: e se quiserem trocar o nome da Borges de Medeiros? Temos que tornar essa possibilidade difícil. Mudanças de nomes de ruas importantes de nossa Cidade são praticamente impossíveis pela vontade da população, mas não podemos fazer com que essa população não possa manifestar a vontade, através de algum instrumento  lícito dentro da nossa legislação para poder dizer "quero que o nome desse logradouro possa ser outro”. Podemos consultar 75% ou 100% . Eu apenas fiz uma proposta de 60%. Os Vereadores podem apresentar outras alternativas, mas o que nós queremos é tornar viável esse tipo de alteração quando a população solicitar a alteração do nome de um logradouro.

O que nós queremos é que isso possa ser possível e satisfazer a vontade dos moradores daquele local. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu acho que o Ver. Luiz Braz está no caminho certo para fazer uma mudança. Mas eu acho que seria com uma melhor reflexão sobre o assunto.

O Ver. Luiz Braz falava em sessenta por cento e eu pensava como nós aferir esse percentual?  Será que teríamos que contar, na região, o número de moradores?

Não sou contra a intenção do Vereador de flexibilizar  a mudança, pois existem nomes que as comunidades gostariam de modificar e não podem. Claro que não são os nomes consagrados pela população.

Gostaria de chamar a atenção dos Senhores, porque não podemos deixar vulnerável  algo que mais tarde pode nos trazer problemas.  Talvez o Vereador devesse esperar um pouco mais para que nós estudássemos melhor o assunto. Quando fizemos Reunião Conjunta das Comissões não temos condições de nos aprofundar na matéria. Ver. Luiz Braz, eu  faço um apelo a V. Exa. para nos conceder uma semana para  que possamos refletir  melhor, para não cometermos depois o que  cometemos agora  nesta lei ou  algo que depois tivéssemos que alterar.

 Veja,  V. Exa., as reuniões técnicas, quando reunidas, a discussão não é muito profunda,  é superficial, tenho medo de que nós não aprofundemos  essa matéria.  Faço  um apelo  a V. Exa. de que nos dê uma semana antes da Urgência,  dada a relevância da matéria. Na época em que o Ver.  Décio Schauren apresentou,  nós estudamos e eu também  fiz esse apelo  porque ele revogou uma série de outras leis complementares, uma sete ou oito. Quando eu quis mudar o nome de  Andradas para Rua da Praia, encontrei numa das leis complementares, que foram revogadas por esta que  estamos discutindo agora, onde só  podia modificar nomes que fossem consagrados pela população, era o caso a Rua da Praia.  Em segundo lugar,  se os moradores da rua assim concordassem. Depois, por questões de registro de imóveis, iria trazer tal transtorno que eu não vi necessidade desta troca já  que quem quiser chamar de Rua da Praia que assim o faça  e quem não quer que chame de  Andradas, na verdade a voz popular é mais forte.

 Acho que o Projeto é necessário, quando  V. Exa me deu cópia eu achei que é necessário, mas a questão de percentuais fica muito sério, quanto ao  levantamento de cada mudanças,  e aí obter 60%, é algo, em princípio, complicado. A melhor fórmula aqui é a seguinte: para que não se diga depois que V. Exa. atropelou, dê uma semana, até segunda-feira que vem, sem a urgência, se os Vereadores que  quiserem se debruçar sobre a matéria trarão alterações ou opinião formadas para a reunião das Comissões, não vai realmente fazer mal a ninguém pensar e repensar mais um pouco. É o apelo que faço ao Ver. Luiz Braz.  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)                                                                                    

 

O SR. PRESIDENTE:  Para  encaminhar tem a palavra o Ver. João Dib.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Onde começa a história da denominação trocada de ruas? Lá pelos idos de 1972 alguns moradores desta cidade quiseram trocar o nome do Bairro Cavalhada, porque Cavalhada não era um nome muito bonito. E a discussão foi muito forte e de repente eu também entrei na discussão e disse que nasci em Vacaria e se alguém quisesse trocar o nome da minha terra iria brigar comigo. E a partir daí surgiu a Lei Complementar nº3 de autoria deste Vereador que impediu a troca de nomes das ruas da nossa cidade.  Não porque tenha sido minha, mas foi uma medida inteligente porque obteve o consenso da Câmara que aprovou por unanimidade. Muito inteligente a medida. Muito sensível a Câmara Municipal. Não se deve pensar em trocar nome de rua. Não se iludam pensando que estaremos aqui buscando a solução para esse ou aquele pequeno problema porque de repente teremos grandes problemas para enfrentar na cidade. Chegamos a um estágio bom. Não se pode trocar nome de rua, porque não favorece ninguém trocar-se nome de rua, só cria problema a troca de nome. E há uma única exceção, que está legislada inclusive: quando há duplicidade de nomes um dos dois pode ser trocado.

 Acho que estaremos regredindo querendo trocar ou  possibilitando a troca de nomes de ruas, porque aparecerão os poderosos, os fortes, os dominadores e nos obrigarão a mudar a nossa história. Tivemos um momento em que a Av. Ipiranga iria trocar de nome. A família da pessoa que cederia o nome, com a sensibilidade que os políticos não tiveram, pediu que o nome não fosse trocado, porque a Avenida Ipiranga era a Avenida Ipiranga do povo e o povo continuaria a chamá-la por todos os tempos de Avenida Ipiranga.

 Portanto, Ver. Luiz Braz, eu lhe apelaria: retire o seu projeto. Pode até uma Comissão começar a estudar se existe uma possibilidade, mas pelo amor de Deus não faça isso. A Avenida Belém, tradicional em Porto Alegre, terminou ficando com uma quadra só, porque um ex-Vereador quis homenagear o seu pai. É lastimável. Quem foi homenageado merecia as homenagens, não posso dizer o contrário, mas a Avenida Belém era a Avenida Belém, onde eu fui estudar topografia com o professor Lélis Espartel, que morava naquela avenida, de repente não é mais Avenida Belém, ficou restrita a uma quadra só.

 E quando eu apresentei esse Projeto de Lei que foi aprovado, um poderoso desta Cidade queria trocar o nome da Rua Senhor dos Passos para botar o nome de um amigo dele. E o Dr. Telmo Thompson Flores estava desesperado: "como é que eu vou dizer que não?". Eu disse a ele: "não se preocupe Prefeito, acabam de aprovar na Câmara, por unanimidade, uma lei que não permite mais trocar o nome de cidade". Então, vai ter gente trocando a Senhor dos Passos, vai ter gente trocando a nossa Duque de Caxias mais uma vez. A Riachuelo outra vez, porque, de repente, uma figura ilustre precisa ser homenageada - e quantas precisam ser homenageadas - e nós não temos mais grandes ruas para homenagear um prefeito  como Célio Marques Fernandes, por exemplo. Eu quis homenageá-lo numa rua e a família achou que era pouco. A rua era pequena mas tinha mil apartamentos.

 Eu acho que a melhor homenagem que se dá a alguém não é chamar a Avenida João Goulart, que não tem nenhum prédio e que fica no esquecimento, é colocar o nome de alguém numa rua bastante habitada, que o mundo inteiro passa a se corresponder com aquela rua, vai-e-vem, ida-e-volta. Então, Ver. Luiz Braz, eu apelaria do fundo do meu coração para V. Exa., que é sensível, que retire o projeto. Vamos estudar, vamos pensar muito mais que, de repente, talvez surja a grande solução. Saúde e Paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)     

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar.    

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Sr. Vereadores. Ver. Juarez Pinheiro, quando recebi correspondência, respondendo uma carta minha do exterior, a pessoa,  na primeira frase, manifestava  o seguinte: "Que maravilha, tu moras em um bairro chamado Chácara das Pedras, que nome lindo." E é por isso que as ruas se identificam  com os nomes, de tal forma que eu passo a entender, integralmente, a proposta do Ver. Luiz Braz. Essa proposta, segundo o Vereador, visa tornar menos difícil do que um plebiscito a mudança do nome de uma rua.

Confesso a vocês, que há seis meses, com a ajuda da Assessoria Técnica Parlamentar - ATP, com uma série de subsídios, eu tento dar o nome de uma rua, e pela grandeza da personalidade deveria ser, no mínimo, um seguimento da 3ª Perimetral, -  Prof. Eliseu Paglioli - que foi professor de neurologia; construiu o pavilhão São José e o Hospital Mãe de Deus; foi reitor da Universidade; foi Ministro da Educação e foi Prefeito de Porto Alegre. E, no entanto, a rua, a qual ele empresta o nome, tem quatro telefones, é uma arruela, menos de 50 metros. Acho que o vulto como o Prof. Eliseu Paglioli, uma figura inigualável, uma figura de destaque na sociedade, uma figura de grande político, de grande professor e de grande humanista, teria que ter seu nome numa grande Perimetral, na 3ª Perimetral, por exemplo ou, pelo menos, em um trecho da Perimetral, assim como é Augusto Carvalho e Érico Veríssimo.

Por isso acho que deve haver alguma facilidade, não para que os nomes sejam mudados, mas que se reparem os problemas e as injustiças feitas através de nomes, como disse muito bem o Ver. João Dib, quando o nome é usado, inclusive, muitas vezes, em correspondências nacionais e internacionais, e aí se vê a importância histórica das pessoas, a importância cultural e a divulgação, para as próximas gerações, de quem foram essas grandes figuras que, muitas vezes, ficam obscuras, numa rua sem trânsito, sem nenhuma condição e passam à história injustamente obscurizados, com apenas uma mera e pequena referência a um vulto como foi o Grande, o inesquecível Prof. Eliseu Paglioli.

Por isso, acho que esta proposta do Ver. Luiz Braz - e peço-lhe que se for necessário transferir  o debate para mais algumas sessões, que se faça - vem a calhar com o tipo de problemas que nós, Vereadores, enfrentamos no dia-a-dia - inclusive saúdo a pessoa que teve a idéia maravilhosa de pôr um aposto embaixo do seu nome, explicando para as próximas gerações quem foi a pessoa, qual a sua atividade, qual a sua importância, o que é fundamental nessas placas - e lamento muito que Porto Alegre seja uma cidade muito mal provida de placas informativas em ruas e logradouros. Realmente, acho que há uma insuficiência muito grande desse tipo de informação, muitas vezes fazendo que a gente se perca, e não conseguindo que nomes, como esse que citei, do magnífico Reitor Eliseu Paglioli, Prefeito de nossa Cidade, Ministro da Educação e grande neurocirurgião e um humanista fantástico, seja excluído do nosso dia-a-dia, não só pela morte, mas pelo esquecimento em uma rua obscura. Acho fundamental uma figura como essa seja resgatada, sob todos os pontos de vista.  E o Projeto de Luiz Braz visa, tenho certeza, esse tipo de escopo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Não há mais inscritos para encaminhar. Em votação o Requerimento para que o PLCL nº 15/97 tramite em regime de urgência. . (Pausa.) (Após a chamada nominal) Por 18 votos SIM e 1 ABSTENÇÃO,  está APROVADO o Requerimento

 Requerimento, nº 208/97, de autoria do Ver. Gerson Almeida. Requer Moção de Solidariedade ao Prefeito de Betim/Minas Gerais, Sr. Jesus de Lima, pelo atentado sofrido.  Não havendo quem queira encaminhar, em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Requerimento nº 216/97, de autoria do Ver. Cyro Martini. Requer uma Moção de Protesto contra a comercialização dos Centros de Habilitação de Condutores Permissionários do DETRAN.

 O Ver. Cyro Martini está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, devo dizer que não me alegra o motivo de comparecer a esta tribuna hoje em razão desse Requerimento. Pelo contrário, fico extremamente entristecido e bastante amargurado por ver que, aquele Departamento que a polícia cuidou com tanto carinho, com tanto zelo, o Departamento de Trânsito, por longos anos, e ainda cuida de boa parte dos segmentos do velho DETRAN, por ver que ele se transformou em mercadoria. O botequim a agente compra e vende, o armazém a gente compra e vende, um estabelecimento comercial se compra e se vende. E o DETRAN, para total mágoa, transforma-se, hoje, em mercadoria.

 Os classificados da Zero Hora de domingo oferecem, em "oportunidades e negócios": "DETRAN CHC em pleno funcionamento, vendo ou aceito sócio..." Pasmem! "Motivo: não poder cuidar. Tratar  fone 476 1529". Para quem estiver interessado, está à venda um pedaço daquilo que é sangue do funcionalismo do Rio Grande, especialmente dos funcionários que dedicaram grande parte da sua vida ao Departamento de Trânsito.

Foi nisso que o Governador Antônio Britto transformou o DETRAN. Foi nesse arremedo, nessa coisa que o Secretário Eichenberg transformou o DETRAN. Virou botequim. Quem tiver mais dinheiro compra; quem não tiver dinheiro não compra. Quem é que vende carteira por telefone? Quem entrega pelo Correio ou quem faz isto aqui? Isso é coisa que não existe. Isto aqui é uma fantasia que eu não saberia qualificar adequadamente. Onde é que se viu transformar um departamento que luta com dificuldades para alcançar pleno êxito no seu trabalho, que tem pela frente um morticínio, uma mortandade que se estende pela Cidade, pelo Estado, pelo País - 36 mil mortos no trânsito nacional no ano passado, números que também preocupam na nossa Capital; são bilhões de prejuízos.

E o Sr. Scarigela, comentei com amigos e conhecidos, como vamos dizer que uma criatura daquelas que conversava num jornal nacional com o Bóris Casoy, cândida, doce, educada, fina elegante, como vamos classificar uma criatura dessas de incompetente? Como, de que jeito? A competência dele está aqui (mostra recorte de jornal). Está aqui e naquelas barbaridades que, a partir de amanhã, começarão a ser levantadas com todo o cuidado pela Assembléia Legislativa, na CPI do DETRAN.

Não é história do outro mundo, é real. O DETRAN se transformou em mercadoria. Quem tiver dinheiro e achar bom negócio, que compre. Quem é que vende carteira pelo telefone? É o DETRAN antigo?  Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Encaminha pelo PSDB o Ver. Cláudio Sebenelo.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pois o Ver. Cyro Martini ocupou a tribuna agora, fazendo a chamada "denúncia vazia".  Vazia porque é oca, porque qualquer pessoa pode publicar qualquer coisa em anúncio classificado.

 Quero saber do Delegado Cyro Martini, que me responda numa próxima ocasião, qual foi a pessoa que publicou? Porque qualquer pessoa pode publicar e  difamar desta forma o DETRAN sem outro comprovante, a não ser a maligna intenção de trazer para o debate uma prova totalmente descabida, sem nenhum valor, para fazer desta prova o juízo de valor do DETRAN.                                                                     

 Informo ao Delegado, ao Ver. Cyro Martini que, hoje, dirige o DETRAN o Sr. Djalma Gautério, seu colega de profissão, Delegado de Polícia. Então, já não é mais o Scarigela, não é mais aquela outra senhora que  a acusavam. Quase desapareceram as queixas em relação ao DETRAN, em relação aos registros de documentos de propriedade de automóveis e aos registros de carteira de motorista. Assim, como qualquer crítica que seja feita - e eu votei a favor do voto de apoio à CPI da Assembléia, porque nada há a temer numa CPI, desde que as pessoas sejam inocentes - não vejo por que não sair a CPI, mas eu duvido que vão apurar alguma coisa ou que termine com alguma conclusão de um fato gravíssimo ou daquilo que o PT mais goste, que é de um cadáver ou um escândalo ou uma tragédia, e que se explore a energia de um fato para transformá-lo em fins políticos.

Quero informar, encaminhando este assunto sobre o DECON, que foi criada uma Secretaria especializada em defesa do consumidor em substituição ao DECON. Ao analisar a extinção do DECON, sabem quantos projetos, quantas queixas recebeu o DECON?  V. Exas. sabem os dados estatísticos e o funcionamento do DECON? Pois peçam por escrito e serão informados e verão que tinha que ser extinto o DECON e ser criado em outros termos, numa atitude muito mais inteligente, muito mais competente, que é a Delegacia de Defesa do Consumidor.

 Da mesma forma, agora está havendo uma grande reformulação do DETRAN, que indiscutivelmente conta - e aí concordo com o Delegado e Ver. Cyro Martini -  com o empenho da Polícia, mas me parece que a terceirização das carteiras normal, e fugindo da alçada do DETRAN, não implica uma perda de qualidade, muito ao contrário, a exigência de formação no curso mostra a seriedade que tem o DETRAN, visando a esses 36 mil óbitos nos locais estarrecedores e de estatísticas crescentes em que nenhum estado até hoje conseguiu diminuir a estatística de morte no trânsito, em qualquer parte do Brasil, em todos os lugares  onde tem grandes cidades, onde tem estradas com velocidade alta, houve cada vez mais um aumento.

 Não se tem conseguido, através de legislação, de medidas de repressão, a melhora das condições estatísticas desse grave problema, que eu concordo, ser o problema do trânsito.

Não fiquemos no aspecto político das questões, vamos primeiro nos informar, mas com informações corretas, oficiais, vindas da Secretaria, e não com esse tipo de anúncio classificado que pode ser feito por qualquer pessoa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR PRESIDENTE: Em votação nominal, por solicitação do Ver. Jocelin Azambuja, o Requerimento nº 216/97,  do Ver. Cyro Martini. (Após chamada.) Por 12 votos SIM, 3 votos NÃO, 1 ABSTENÇÃO, foi  APROVADO  o Requerimento.

 

Encerra-se os trabalhos, por falta de quórum.                                                                                                                                                                                                       

 

(Encerra-se Sessão às 18h16min.)

 

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